Boa parte do desempenho da
empresa norueguesa Yara International está nas mãos do Brasil.
Depois da aquisição da
divisão de fertilizantes da Bunge, a unidade brasileira representa hoje um
terço da multinacional. “Se o Brasil vai bem ou mal, o peso é importante”,
resume Lair Hanzen, presidente da Yara Brasil. A relevância do mercado nacional
foi sentida, inclusive, nos resultados da matriz neste terceiro trimestre.
Apesar do lucro líquido ter sofrido um perda de 40% em relação ao mesmo período
do ano passado, registrando um ganho de US$ 264,7 milhões, o volume de vendas
teve um crescimento de 17%. E veio do Brasil a maior contribuição para este
desempenho. “Com uma presença cada vez maior no Brasil, nossos volumes de
vendas na América Latina estão agora quase no mesmo nível que os nossos volumes
na Europa”, revelou em nota Jørgen Ole Haslestad, CEO da Yara International.
A projeção é que, após a
integração completa da Bunge, a Yara Brasil dobre o volume de produção e assuma
25% do mercado de fertilizantes do país. Para a 36ª colocada no ranking 500
Maiores do Sul, elaborado pela AMANHÃ e PwC , o desafio em 2013 é recuperar a
margem de rentabilidade perdida em 2012, quando sofreu prejuízo de R$ 7milhões
(confira os detalhes na matéria na edição nº 298 da Revista Amanhã). Segundo
Hanzen, o ano já se mostra melhor para a Yara Brasil devido à boa performance
da agricultura brasileira e de reformulações do operativo da empresa. “Fizemos
análises sobre onde estavam os resultados menos atrativos e reduzimos
participação em alguns mercados nos quais somos menos competitivos”, conta.
A questão
logística também foi reconsiderada para este ano. Após as dificuldades
enfrentadas em 2012 com o congestionamento dos portos, que seguraram as cargas
importadas e atrasaram as remessas de fertilizantes e adubos, a Yara Brasil
trabalhou com a antecipação das entregas e melhor distribuição dos produtos.
“As condições dos portos brasileiros continuam as mesmas, não melhoraram em
nada. Mas estamos conseguindo realizar uma distribuição mais equitativa este
ano para não ficarmos tão expostos a problemas de logística”, comenta Hanzen. A
companhia nacional, que tem sede em Porto Alegre, vem dando atenção aos
mercados de melhor rentabilidade, concentrados no sul do país, e que estão mais
próximos dos centros de distribuição localizados no Rio Grande do Sul.
Como investimento para otimizar o processo de entrega aos produtores rurais do
centro-norte do país, a Yara está construindo uma unidade em São Paulo.
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