Acionistas se divergem sobre ações para melhorar os resultados da Vale




A Vale (VALE 3) tem sido uma fonte de dor de cabeça para seus acionistas este ano. Com uma queda de 10,8% em 2019, a ação da mineradora tem um desempenho muito fraco que a média do mercado mesmo depois da forte correção que acometeu o Ibovespa após a chegada recorde dos 106 mil pontos. O benchmark da bolsa ainda registra alta de cerca de 14% em 2019.

O que os analistas destacam é que a tragédia do rompimento da barragem de Córrego do Feijão em Brumadinho (MG), no dia 25 de janeiro, explica apenas parte do desempenho negativo da ação este ano, pois há mais fatores a considerar, sendo a cotação do mineiro o principal deles.

De acordo com sócio da Vinland Capital, Humberto Meireles, pesa muito a Vale a desvalorização de 24,95 no preço do mineiro de ferro do pico atingido na metade de julho até agora. A tonelada de mineiro à vista com 62% de pureza no porto de Qingdão, caiu de US$ 118,96 no dia 16 de julho a US$ 89,35 no fechamento do último pregão na China. 

Guerra Comercial
Foi o choque causado pelo acirramento da guerra comercial entre Estados Unidos e China, somando a sinais de desaceleração da economia chinesa, que mudou esse quadro. Ficou claro que a demanda pode se mostrar mais fraca do que os analistas projetavam no início do ano, levando a uma correção nos preços.

Segundo Felipe Beraldi, analista de mineração da Tendências da Consultorias, foram duas as principais consequências do aumento na tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo.
A primeira é o fortalecimento do dólar frente às demais moedas. Como a guerra comercial é um foco de estresse no mercado financeiro, investidores buscam a divisa norte-americana como proteção para as suas carteiras. Isso por si só derruba os preços das commodities, uma vez que elas são cotada em dólar e o produtor é obrigado a cobrar um preço menor para compensar a alta da moeda dos EUA.

Já a segunda consequências é a revisão para baixo nas perspectivas de crescimento da economia global puxado pela China, principal mercado de consumidor de commodities do mundo. Nesse caso, o grande problema fica por conta da demanda. Além do dado industrial fraco, houve retração de 3% na produção chinesa de aço em julho na comparação mensal.

Betina tem visão mais otimista
O analista Betina Roxo, da XP investimento, mesmo diante de todas essas incertezas, ainda acredita que a Vale pode surpreender e render muito ao investidor em 2020. Ele estabelece três motivos para sua analise otimista.

Primeiro lugar, ele espera que a Vale chegue a uma acordo com as famílias afetadas pela tragédia de Brumadinho, ainda este ano ou no início de 2020. O segundo ponto importante é que o patamar atual de negociação do minério de ferro, a US$ 90, ainda é bastante atrativo para empresas, apesar da queda de julho, pois apesar da queda de julho, no ano, a commodity acumula ganhos de 26%.

O terceiro fator otimista está ligado às recentes declarações do Conselho do Estado Chinês, reforçando estímulos econômicos e destacando o foco do governo do desenvolvimento de projetos de infraestrutura.

fonte: Infomoney 


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