Após os ataques nas refinarias na Arábia Saudita, o mercado de fertilizantes ascendeu um alerta também para os produtores brasileiros. Para entender melhor o futuro desse mercado e quais as estimativas para os próximos dias, o Notícias Agrícolas conversou nesta última terça-feira (24) com Marcelo Mello - Gerente da Mesa de Fertilizantes na INTL FCStone.
No primeiro momento, os ataques trouxeram um impacto forte nos preços do petróleo, mas aos poucos o mercado vem retornando às normalidades. "Acho que é importante considerar que a Arábia Saudita é um importante polo produtor tanto de fosfatado quanto de nitrogenados e um acirramento do conflito é muito perigoso", afirma.
Segundo ele, no caso dos fosfatado a Arábia Saudita produz uma média de 5% do consumo mudial - 6 milhões de toneladas/ano. "Então se você tiver uma dificuldade de escoamento ou produção desse volume, essa situção onde nós temos o menor preço dos últimos dez anos pode ficar pra trás, poderia subir", explica. Ele afirma ainda que atualmente o mercado tem o menor preço da última década.
Cerca de dez dias após os ataques, de acordo com o especialista, a tensão ainda existe, mas aparentemente está sob controle. "Há também uma discussão importante entre EUA e Irã. Estados Unidos querendo um negociação de um contrato, um acordo nuclear em termos diferentes do havia sido assinado pelo Barack Obama, causando esse embargo ecônomico entre Estados Unidos e Irã. Já há uma tensão e agora está um pouco mais complicado por conta dessa situação na Árabia Saudita", comenta.
Diante desse cenário, é importante que o produtor fique atentos as questões de preço nos próximos dias. "Nós estamos começando o plantio dessa safra de soja agora em dezembro, pra esse ano já está tudo comprado, mas como preço é o menor preço dos últimos dez anos, é uma compra excelente para as várias safras que vamos ter ano que vem", afirma.
Para ele, apesar do preço baixo, é díficil para o produtor comprar os fertilizantes neste momento, mas afirma que os produtores têm outras alternativas para garantir os preços baixos. "É possível hoje em dia comprar um contrato de derivativos de fosfatado para meses adiante e com isso garantir esse patamar de preço e efetuar sua compra lá na frente", explica. Ele orienta conversar com corretores mundiais, onde seja possível fazer uma operação chamada de "mercado de balcão".
Ele afirma ainda que não é possível mensurar quanto tempo o preço continuará em baixa. "Em meados de novembro nós entramos no período de menor demanda mundial para fosfatado, então tecnicamente você não teria algum problema inesperado", explica. Segundo o especialista, os preços tendem a voltar a subir no início de 2020, quando os EUA precisarão repor os estoques de fertilizantes.
O especialista mantém a orientação de compra de contratos também para o nitrogenado, que não está nos patamares de valores mais baixos, mas também não está acima da normalidade. "O nitrogenado é muito volátil, ele vai subir ano que vem. Até porque os Estados Unidos deve plantar muito milho ano que vem", explica justificando a alta na demanda.
fonte: Notícia Agricola
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