A mineradora Vale quer estabelecer um "novo pacto" com a sociedade brasileira após o rompimento da barragem de rejeitos minerais em Brumadinho (MG), em janeiro, afirmou nesta terça-feira o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Luciano Siani. O executivo reconheceu que confiança é algo que leva tempo para ser reconstruída e disse que a Vale está elevando os fatores de segurança nas barragens. "Queremos estabelecer um novo pacto com a sociedade brasileira", disse, em discurso no FT Commodities Americas Summit, promovido pelo jornal Financial Times, no Rio.
Em sua fala, o diretor da Vale respondeu perguntas formuladas por um editor do jornal, que começou questionando sobre o acidente em Brumadinho. Segundo Siani, a mineradora está fazendo "tudo o que pode" para mitigar e compensar os danos em Brumadinho. O diretor citou avanços de engenharia, no monitoramento do risco e na segurança das barragens, na governança, e na gestão de riscos.
Com isso, o objetivo da Vale é "construir um legado" para o Brasil e o setor minerador, construindo uma mineração "diferente", "muito melhor" do que a atual, disse Siani, que classificou o rompimento da barragem em Brumadinho como um ponto de virada, como foi o vazamento do navio Exxon Valdez em 1989, que levou a mudanças nas práticas da petroleira americana.
Questionado especificamente sobre o que a Vale tinha aprendido com o rompimento de uma barragem em Mariana (MG), numa mina da Samarco, da qual a companhia era sócia, Siani respondeu que houve evolução nas práticas de segurança da companhia, mas que, agora, será preciso fazer uma "revolução", em vez de apenas uma evolução. "Confiança leva tempo para reconstruir", afirmou Siani, demonstrando confiança de que a Vale conseguirá retomar a confiança do público em suas operações.
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