Vendas internas de produtos químicos sobem 17,6 em julho


Fonte: Valor

As vendas internas de produtos químicos avançaram 17,62% em julho, na comparação com junho, segundo dados preliminares do Relatório de Acompanhamento Conjuntural (RAC), da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). No acumulado dos sete primeiros meses do ano, porém, as vendas internas ainda mostram declínio, de 3,7%.

Conforme a associação, a melhora verificada no mês passado, frente ao intervalo imediatamente anterior, deve ser atribuída à base de comparação deprimida entre abril e junho, quando as vendas acumularam queda superior a 20%. O consumo aparente nacional, que mede a demanda e a atividade final da indústria, por sua vez, recuou 4,1% nos sete primeiros do ano.

O relatório mostra ainda que a produção de químicos de uso industrial cresceu 1,61% no acumulado de janeiro a julho. “Esse resultado foi possível pela elevação das exportações, e, principalmente, pela base deprimida de comparação dos primeiros sete meses do ano passado, por conta de paradas para manutenção”, informou a Abiquim.

No mesmo período, as vendas externas da indústria química, que representam entre 10% e 15% do que se produz no país, subiram 15,3% em volume, enquanto as importações recuaram 16,9%. A taxa média de utilização da capacidade instalada nos primeiros sete meses do ano foi de 79%, um ponto acima do nível registrado em igual período do ano passado. “Mesmo com leve aumento, a ociosidade é considerada elevada para os padrões de produção da indústria química mundial e acaba forçando as empresas a realizarem mais paradas para manutenção, gerando custos adicionais aos processos”, indica a associação, acrescentando que o nível de normalidade da indústria gira em torno de 87% e 90%.

Em 12 meses até julho, a produção e as vendas internas de químicos exibem avanço de 0,26% e queda de 3,05%, respectivamente. Os preços voltaram a apresentar elevação nos últimos cinco meses e levaram a média geral para 11%, em termos nominais. Descontados os efeitos da inflação (levando-se em consideração o IPA-Indústria de Transformação, da FGV), os preços médios reais do segmento de produtos químicos de uso industrial subiram 3,9%. 

Em nota, a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, afirma que o setor está preocupado com a desaceleração da economia mundial, especialmente da China e de alguns países europeus“Como a indústria química opera em regime de processo contínuo e não pode fazer reduções abruptas na produção para se adequar à demanda sem trazer prejuízos às operações, devem se elevar os excedentes de produtos no mercado internacional”, explicou.

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