De forma impiedosa e dura a Vale age contra qualquer trabalhador do chão de fábrica que deixa de cumprir qualquer um dos milhares de procedimentos, que deixa de preencher centenas de formulários, etiquetas, etc.
Advertências, suspensões e até demissões estão no cardápio e qualquer um que não tenha algum cargo de gestão sofre as conseqüências de seus atos, mesmo que esses atos sejam praticados visando unicamente o bem da empresa e a continuidade operacional.
Segurança, segurança e mais segurança. Belo discurso, grande balela.
Vejam um exemplo: na unidade de Fosfórco II existe um chuveiro de emergência, porém esse chuveiro não funciona. Não funciona porque lhe falta o essencial, ou seja, água. O chuveiro não recebe água simplesmente porque não existe pressão suficiente para que ela chegue até a caixa que o abastece.
Para solucionar o problema os trabalhadores são obrigados a abastecer a referida caixa com água de incêndio acoplando uma mangueira no hidrante e levando-a até ela. Essa caixa também existe para abastecer as instalações sanitárias da área.
Um trabalhador, tempos atrás, diante da visita de gente de fora teve a iniciativa de, para não colocar a empresa em maus lençóis, de encher a caixa com uma mangueira de incêndio sem cumprir alguns daqueles milhares de procedimentos diante da emergência da situação e por esse pecado sofreu forte punição.
Então perguntamos: porque se a empresa não cumpre o dever dela mesma ela mostra suas garras para punir quem quer consertar as coisas?
Se algum trabalhador for atingido por ácido naquela unidade, como ele vai se socorrer se não existe o básico para se acudir?
É aquela história: façam o que eu falo, não façam o que eu faço.
É simples assim!
Falar, até papagaio fala, porém, agir com coerência e ser e dar exemplo é coisa que deve ser ignorada.
E aí Vale, qual será a desculpa desta vez?
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