Presidente Graça Carriconde faz um relato dos avanços e conquistas da categoria em Uberaba


Durante o V Encontro Nacional dos Trabalhadores do Setor de Fertilizantes e Defensivos Agrícolas, a presidente do Stiquifar de Uberaba (MG), Graça Carriconde, relembrou como entrou no movimento sindical, onde nunca imaginou que estaria algum dia. “O Stiquifar surgiu em 1980 e em 1989 comecei a ter contato com o sindicato, mas foi em 1994, por causa de uma greve por causa da tabela de turno que tudo mudou”, recordou.


Naquela época, explica ela, se fazia sindicalismo de forma precária. “Paramos 22 dias. A greve estacionou na Justiça, mas conquistamos 5 turmas de turno, trabalhando seis dias e folgando quatro dias. Porém, quando retornamos, 33 companheiros foram demitidos por justa causa e vários sindicalistas perderam o emprego”, disse.


Passados tantos anos, Graça reconhece que aquela luta não foi fácil. O acordo coletivo era bom, e foi avançando. “Hoje temos adicional noturno acima da CLT, assistência jurídica, cartão de crédito (o trabalhador faz compra no comércio local e desconta o valor na folha de pagamento), cesta básica (inclusive na Vale em valores que chegam até R$ 300), convênio com instituição de ensino, gratificação por trabalho em turno, horas extra acima da CLT, Pagamento de hora de transporte DI-3, plano de saúde, prestação de serviços à comunidade, processos trabalhistas coletivos, reajustes salariais acima da inflação, vale alimentação entre outros”, enumerou.


Na avaliação da sindicalista Graça é importante pensar no trabalhador, mas sem jamais se esquecer de sua família. “Daí o convênio com colônia de férias, através de empresa especializada durante 120 dias. Mas, temos o projeto de criação de um instituto de cursos profissionais em conjunto com sindicato da construção civil e hotelaria”, descreveu.

Ela lembra que há 16 anos o Stiquifar tem departamento odontológico, funcionando no início da noite, com três meses de fila de espera, por causa do trabalho em turno. “Na minha vida nunca penso pequeno, mas em algo grande. E contribuo para essas conquistas. Essa é a razão para termos horas extras acima da CLT”, disse.



O motivo de tanto avanço conquistado é resumido por Graça numa simples frase: “Valorizamos o processo negocial e caso não haja resultado positivo o temos como recursos as mobilizações e a Justiça. O STIQUIFAR não desiste da luta em defesa da categoria pois tem o comprometimento de desenvolver, reivindicar e garantir os Direitos de todos da base.


Na avaliação de Glauco, o sindicalismo brasileiro precisa ficar atento ao crescimento dos ataques desferidos contra os movimentos sociais. “Temos de aglutinar o que nos une e fortalecer. Estamos aqui para defender os trabalhadores. Precisamos de solidariedade. Porque enquanto estivermos no capitalismo existirá luta de classe”, finalizou. (Luís Alberto Alves/Comunicação CNTQ)

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