Reflexão sobre a Vale Fertilizantes à respeito das normas e determinações morais, sociais e legais.



A indústria moderna transformou a pequena oficina do mestre artesão patriarcal na grande fábrica do capitalista industrial. Contingentes de operários, apinhados na fábrica, são organizados de forma militar. São colocados como soldados rasos da indústria, sob o controle de uma hierarquia completa de suboficiais e de oficiais. Não são apenas os servos da classe burguesa, do Estado burguês; são, a cada dia, a cada hora, avassalados pela máquina, pelo fiscal, pelo próprio burguês industrial. Esse despotismo é tanto mais mesquinho, mais odioso, mais exasperante, quanto mais abertamente proclama que seu fim último é o lucro.
Marx, Karl. Manifesto do Partido Comunista. p.36.
        Apesar do desenvolvimento tecnológico e da melhoria da qualidade de vida evidente no século XXI, muito ainda precisa ser feito quando o assunto é a relação entre patrão e empregado, empresa e operário, enfim, entre empregadores e empregados. Reclamações se acumulam e os motivos são sempre os mesmos: baixos salários, condições inadequadas de trabalho, maus tratos, abusos de autoridade e etc. O que tem sido feito pela empresa para resolver estes e outros problemas? A resposta, apesar de recorrente, continua a mesma: nada.
        A situação atual assemelha-se àquela dos operários (proletários) de meados do século XVIII, que trabalhavam até a exaustão e não possuíam direitos, mas apenas deveres, cada vez mais opressores e arbitrários, visando como era de se esperar o interesse de seus patrões e nunca os seus próprios. É assombroso que um texto de 1848 tenha algo a nos dizer ainda hoje, notadamente, no que se refere as relações entre empresa e trabalhadores.
        Ainda hoje, como no início da Revolução Industrial, vemos patrões e seus imediatos abusando de sua posição de poder para humilhar e constranger seus subordinados. Não é difícil encontrar exemplos de desmandos e abusos de autoridade. Os exemplos e casos se multiplicam ao invés de diminuir. Os motivos? A incompetência, ou pior, o desinteresse da empresa em sanar esses problemas.
        Afastamentos ocasionados por estados depressivos, lanches noturnos de péssima qualidade, políticas internas que desvalorizam não somente a saúde dos operários, mas sua segurança e a preocupação com o meio-ambiente. As atitudes da empresa nos fazem questionar se sua preocupação é realmente aquela descrita em sua missão e em seus valores, “Ser a empresa de recursos naturais global número um em criação de valor de longo prazo, com excelência, paixão pelas pessoas e pelo planeta.” e “Valorizar quem faz a nossa empresa”. Não serão estes dizeres apenas clichês vazios? É o que nos parece.
        Afinal, uma empresa realmente preocupada com seus empregados e trabalhadores, não permite que injustiças se acumulem em suas bases e locais de funcionamento. Ao contrário, tenta com todas as suas forças evitar que as relações se tornem incômodas e opressoras. Não seria melhor que ao invés de cobrar melhorias e melhores condições de trabalho, nos reuníssemos para discutir temas mais relevantes como a melhor forma de trabalhar juntos?
        Infelizmente as palavras não foram suficientes. Portanto, outras medidas se fazem necessárias. A empresa não nos dá outra saída mostraremos nossa força e coragem na luta por nossos direitos. De forma similar a dos proletários de antigamente, reunamo-nos e vamos às portas de fábrica exigir aquilo que é nosso direito.
Juntos seremos vitoriosos.

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