Em uma nova tentativa de conseguir aprovar medidas que protejam os aposentados, as centrais sindicais se reúnem hoje em São Paulo com o senador Paulo Paim (PT-RS) e com os deputados Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (Solidariedade-SP) e Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP). O objetivo da reunião é debater uma estratégia conjunta de ação para conseguir derrubar o veto da presidente Dilma Rousseff à fórmula 85/95 e pressionar o Senado a aprovar a emenda que garantirá reajuste igual ao do salário mínimo para todos os benefícios do INSS.
Na quarta-feira da semana passada a Câmara dos Deputados aprovou uma emenda à medida provisória que mantém a fórmula de reajuste do salário mínimo até 2019. Articulada por Paulinho e Fária de Sá, a emenda incluiu os aposentados que recebem acima do piso nacional na conta. O texto ainda precisa se aprovado pelo Senado e sancionado pela presidente Dilma Roussef.
‘’Ao contrário dos tecnocratas do governo, que, com a frieza das planilhas, criticam o reajuste, entendemos que o aumento é uma forma de distribuir renda e contribuir para fortalecer a economia e o mercado. Com mais rendimentos, os aposentados irão fomentar o consumo, a produção e, consequentemente, a geração de emprego’’, diz o presidente da Força Sindical, Miguel Torres.
Por outro lado, o governo diz que a emenda vai gerar um rombo de R$ 9 bilhões nos cofres da Previdência. ‘’O reajuste acaba com a discriminação para com os cerca de 10 milhões de aposentados que receberam valores acima do piso. É o reconhecimento de um trabalho persistente e árduo por justiça social, tendo em vista que os benefícios de valores acima do mínimo vêm perdendo poder de compra em função da política diferenciada de correção do piso nacional e das aposentadorias, que faz com que, a cada ano, mais aposentados passem a ganhar um salário minimo’’, completa Miguel.
Sobre o veto à fórmula 85/95, mais vantajosa ao trabalhador, o presidente da Força diz que a proposta do governo, já válida, de progressividade até 90/100, não resolve o problema e só dribla as perdas do fator previdenciário. “Queremos a volta do texto para como ele estava na Câmara, de modo que ele estava na Câmara, de modo que ele garanta 100% do beneficio ao aposentado. A progressividade deve ser vetada porque ela dificulta a aposentadoria. O ideal é manter a fórmula 85/95, que soma a idade com o tempo de contribuição’’, afirmou.
ATOS MAIORES / Miguel Torres não quis adiantar quais estratégias serão debatidas na reunião, mas já adiantou que uma mobilização deve ocorrer esta semana para chamar a atenção dos senadores. ‘’Temos a obrigação de pressionar o Senado a derrubar as medidas que prejudicam o trabalhador que tem o direito de se aposentar. Provavelmente vamos nos mobilizar até o fim da semana’’, disse. O sindicalista voltou a criticar a falta de disposição ao diálogo da presidente Dilma Rousseff. “Sabemos que é difícil ela escutar alguém, mas precisamos ao menos tentar. Caso contrário, ela vai ouvir a voz das ruas”.
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