As vendas do varejo brasileiro recuaram pelo oitavo mês seguido, puxadas pelo mau desempenho do comércio de veículos. Em setembro, na comparação com agosto, a queda foi de 0,5%, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (12).
“Essas oito taxas negativas consecutivas contabilizam 6,8% de perda. É provavelmente a maior perda acumulada. É a maior sequência de taxas negativas [ da série, iniciada em 2000”]”, analisou Isabella Nunes, gerente de Serviços e Comércio do IBGE.
Em relação a setembro do ano passado, o comércio registrou retração de 6,2%, a maior, nessa base de comparação anual, da série histórica do indicador, que teve início em 2000.
No ano, de janeiro a setembro, o setor acumula queda de 3,3% nas vendas e, em 12 meses, de 2,1%.
Com a queda de 0,5% em setembro, as vendas do varejo estão 9,2% abaixo do ponto mais alto da série, alcançada em novembro de 2014.
“A redução de compra está ligada à redução da renda, à redução de crédito e à pressão inflacionária. São esses três que podem explicar a redução do consumo doméstico”, disse Isabella.
A maioria dos segmentos mostrou baixa nas vendas de agosto para setembro, com destaque para veículos, motos, partes e peças, que recuaram 4%, outros artigos de uso pessoal e doméstico (-3,8%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-1,7%), entre outros.
O ramo de supermercados, alimentos e bebidas, que mais pesa sobre o desempenho do varejo brasileiro ficou quase estável, apontando uma ligeira alta de 0,1%.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, as oito atividades do varejo pesquisadas pelo IBGE registraram recuo. As vendas de móveis e eletrodomésticos caíram mais do que todas as outras: 17,9%, seguidas por hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,2%); combustíveis e lubrificantes (-8,7%) e tecidos, vestuário e calçados (-12,9%).
"O comportamento negativo deste setor [móveis] vem sendo decorrente de fatores como restrições ao crédito, principalmente em função do aumento da taxa de juros no crédito para pessoas físicas, além da influência da redução da massa real dos rendimentos, com recuo de 6,1% frente a igual mês do ano anterior", afirma o IBGE, em nota.
Varejo ampliado
O varejo ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, registrou queda ainda maior em relação a setembro de 2014: 11,5%. No ano, a retração acumulada é de 7,4% e, em 12 meses, de 6%.
O varejo ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, registrou queda ainda maior em relação a setembro de 2014: 11,5%. No ano, a retração acumulada é de 7,4% e, em 12 meses, de 6%.
Assim como no "varejo não ampliado", o desempenho do segmento reflete o comportamento das vendas de veículos, motos, partes e peças, que caíram quase 22%.
“Quando observa o ampliado, a situação é ainda um pouco mais crítica. Envolvem também expectativa dos empresários em relação à situação”, disse Isabella.
Queda no Maranhão
De agosto para setembro, o comércio vendeu mais em 23 das 27 unidades da federação, com destaque para Maranhão (-5,3%) e Mato Grosso do Sul (-3,0%). Na contramão, o varejo registrou taxas positivas em São Paulo (1,5%) e em Alagoas (1,7%).
De agosto para setembro, o comércio vendeu mais em 23 das 27 unidades da federação, com destaque para Maranhão (-5,3%) e Mato Grosso do Sul (-3,0%). Na contramão, o varejo registrou taxas positivas em São Paulo (1,5%) e em Alagoas (1,7%).
Já na comparação com setembro de 2014, o volume de vendas caiu em todos os estados. A exceção foi Roraima, onde as vendas subiram 2%. No Amapá, a baixa foi de 18,9%, na Paraíba, de 15% e, em Alagoas, de 13,2%.
Receita nominal
Na comparação com agosto, a receita nominal do comércio subiu 0,1%. No ano, acumula alta de 3,5% e, em 12 meses, de 4,5%.
Na comparação com agosto, a receita nominal do comércio subiu 0,1%. No ano, acumula alta de 3,5% e, em 12 meses, de 4,5%.
Fonte: G1
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