Setor de serviços encolhe 4,8% em setembro, pior resultado desde 2012

O volume do setor de serviços registrou recuo de 4,8% em setembro frente a igual mês do ano anterior, anunciou nesta terça-feira o IBGE. No ano, a taxa acumulada na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) é de -2,8%. Em 12 meses, é de -1,8%. Já a receita nominal ficou estável na comparação com setembro de 2014. Nos nove primeiros meses do ano, cresceu 1,8%, enquanto nos últimos 12 meses houve elevação de 2,5%.O cálculo do volume é obtido descontando a inflação da receita nominal.

A queda de 4,8% frente a setembro de 2014 foi a maior queda da série iniciada em 2012 e mantém a sequência de resultados negativos no ano. A única exceção foi registrada em março, quando houve alta de 2,3%. Além disso, todos os segmentos do setor tiveram quedas em setembro: serviços prestados às famílias (-6,7%); de informação e comunicação (-0,7%); profissionais, administrativos e complementares (-8,1%); transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (-6,4%); e outros serviços (-9,9%).

Com recuo de 6,4%, o segmento de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, foi o que mais contribuiu para o resultado negativo de setembro, com impacto de -2,1 ponto percentual. A variação de volume acumulada em 2015 foi de -5,7% e, em 12 meses, em -4%. O transporte terrestre teve baixa de 11,5%, enquanto armazenagem, serviços auxiliares dos transportes e correio caíram 3,8%. Já o aquaviário cresceu 25,4% e o aéreo, 4,5%.

A taxa global da PMS também sentiu impacto de baixa, nesta ordem, de serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,6 ponto percentual), outros serviços (-0,5 ponto percentual), serviços prestados às famílias (-0,4 ponto percentual) e de informação e comunicação (-0,2 ponto percentual).

O segmento de serviços às famílias recuou 6,7% em volume de serviços frente a setembro de 2014, contra -8,2% de agosto e -1,9% de julho, mantendo a série de quedas a partir de maio do ano passado. De acordo com o IBGE, a redução do poder aquisitivo e variação de preços da alimentação fora do domicílio acima da média global do IPCA de setembro, contribuíram para o forte recuo. No ano, a baixa acumulada é de 5% e, em 12 meses, é de 4,5%.

Em tempos de crise, as atividades turísticas — que incluem alojamento e alimentação; serviços culturais, de recreação e lazer; locação de automóveis sem condutor; agências de viagens e operadoras turísticas e transportes turísticos — caíram 3,3% em relação a setembro do ano passado. No ano, a taxa acumulada é de queda de 2,5% e nos últimos 12 meses, é de baixa de 2,2%.

Na comparação com setembro do ano passado, apenas quatro unidades da federação registraram variações positivas de volume: Rondônia (6,5%), Mato Grosso (5,7%), Roraima (4,7%) e Mato Grosso do Sul (3,3%). O Distrito federal não registrou variação, enquanto as principais baixas ocorreram em Amapá (-13,4%), Amazonas (-13,3%) e Maranhão (-12,9%). No Rio a queda foi de 2,8% no volume, enquanto a receita teve leve avanço de 0,4%.

RELEVANTE PARA O PIB
Primeiro indicador conjuntural mensal que investiga o setor de serviços no país, a PMS inclui as atividades do segmento empresarial não financeiro, exceto os setores de saúde, educação, administração pública e aluguel imputado — o valor que os proprietários teriam direito de receber se alugassem os imóveis onde moram.

O setor de serviços é um dos mais importantes na composição do Produto Interno Bruto (PIB), respondendo por cerca de 60% do chamado lado da oferta — formado também por indústria e agropecuária. O setor fechou 2014 com alta acumulada de 6%, a menor da série histórica. Em 2012, o faturamento dos serviços avançou 10% e, em 2013, 8,5%.
O PIB do segundo trimestre deste ano mostrou uma queda de 1,4% na atividade do setor de serviços, frente ao ano anterior. Foi a maior da série histórica do PIB, que começou em 1996. Esse desempenho foi influenciado negativamente pelo comércio — tanto no varejo quanto no atacado — e por transportes, como o de cargas.

Em agosto, o volume do setor de serviços teve recuo de 3,5% frente a igual mês do ano anterior. Também foi o pior agosto da série histórica, iniciada em 2012.

Fonte: O Globo






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