Entidade mostra preocupação com o impacto disso nos ganhos sociais dos últimos dez anos
Fonte: Estadão
O desemprego no Brasil vai aumentar em 2015. O alerta é da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que revela estar “preocupada” com o impacto disso nos ganhos sociais obtidos pelo País nos últimos dez anos.
Oito anos depois da eclosão da crise econômica, o desemprego no mundo chega a 201 milhões de pessoas ao final de 2014, 30 milhões a mais que em 2008. Os dados são da OIT que, em seu informe anual, também aponta que 61 milhões de postos de trabalho foram destruídos desde então.
Até agora, porém, a crise vinha afetando de forma especial os países ricos. Mas, desde o final de 2014, a constatação é de que essa também é uma realidade brasileira. “O panorama da economia brasileira piorou muito”, declarou Raymond Torres, autor do informe anual da OIT sobre o desemprego no mundo. “Estamos preparando novos dados e que serão publicados em setembro. Mas, infelizmente, veremos um salto no desemprego no Brasil”, disse.
Ao final de 2014, o desemprego no País era de 6,8%, depois de vários anos de queda, acima da média mundial de 5,7%. Mas, para a OIT, a falta de crescimento da economia e a falta de estratégia do País em diversificar sua economia agora cobrarão um preço alto. “O ponto fraco da economia brasileira é que ela não se diversificou”, alertou Torres. “O que tememos é o eventual impacto social. Seria lamentável que esse novo cenário levasse a uma volta do crescimento da pobreza.”
Nos últimos 25 anos, o número de pessoas na América Latina que ganha menos de US$ 2 por dia foi reduzido de 16% para apenas 5% em 2014. Entre aqueles que ganham entre US$ 2 e US$ 4, a taxa passou de 22% da população em 1991 para 13%.
O desafio, porém, não é só do Brasil. Segundo a OIT, criar mais de 40 milhões de empregos por ano para a geração que entra no mercado de trabalho pelo mundo “será um enorme desafio”. Desde 2011, a criação de empregos tem aumentado em apenas 1,4% por ano. Uma situação mais dramática vive a Europa e os países ricos, onde o crescimento da geração de emprego não passa de 0,1% por ano desde 2008.
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