Fonte: Estadão
Para a Fiesp, porém, resultado é 'mascarado', pois a geração de emprego está baixa; em abril, o nível do emprego caiu 0,86%
O nível de emprego da indústria paulista caiu 0,86% em abril ante março de 2015, na série com ajuste sazonal, informou há pouco a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Na mesma base de comparação, o Índice de Nível de Emprego subiu 0,19% na série sem ajuste sazonal. Ao comparar abril de 2015 com o mesmo mês do ano passado, o nível de emprego recuou 6,67%.
No acumulado do ano, a queda do nível de emprego industrial paulista foi equivalente a 1,5%, o segundo pior da histórica da pesquisa iniciada em 2005, atrás apenas do primeiro quadrimestre de 2009, quando houve perdas de 3,9%. Em números absolutos, a indústria paulista teve um saldo positivo de 5 mil contratações em abril ante março, referente à contratação de 16.054 menos a demissão de 11.054 funcionários. O saldo foi positivo graças ao setor produtivo de açúcar e etanol, que tradicionalmente puxa o indicador no período em razão do início da colheita da cana-de-açúcar.
A média de contratações da indústria paulista para o mês de abril, no entanto, é de 31,5 mil trabalhadores, segundo a Fiesp, ou seja, mais de seis vezes superior ao desempenho do mês passado. "Os resultados são muito ruins e de certa maneira vêm mascarados. Em uma primeira leitura, houve geração de empregos. Mas o fato é que em abril sempre existe geração e no mês passado houve pouca", informou Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp e do Ciesp.
Dados da Fiesp apontam que no primeiro quadrimestre de 2015 o setor produtivo paulista fechou 18,5 mil postos de trabalho, também o pior resultado para o período desde entre janeiro e abril de 2009, quando foram cortadas 32 mil vagas cortadas. No acumulado de 12 meses, até abril, foram cortadas 177 mil vagas na indústria paulista.
Dos 22 setores da indústria no Estado, 16 demitiram, 5 contrataram e 1 permaneceu estável ante março. Com a crise no setor causada pela queda nas vendas de veículos, a indústria automotiva foi a que mais cortou empregos no mês passado no Estado, com 5.843 demissões, seguida pela de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, com 3.007 cortes e pela de produtos de borracha e de material plástico, com 1.449.
A indústria de produtos alimentícios foi que a mais contratou em abril, com 19.246 empregados, seguida pela de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis, com 3.634 funcionários. Os dois setores que mais contrataram são exatamente os ligados ao de açúcar (alimentos) e etanol (biocombustíveis) e ainda puxaram o nível de emprego em regiões produtoras das commodities.
A indústria de Jaú se destacou, com aumento de 8,56% no nível de emprego em abril ante março, impulsionada pelos segmentos de produtos alimentícios (21,46%) e de coque, petróleo e biocombustíveis (48,46%). Sertãozinho também avançou, a 3,91% em abril, pelas contratações no setor de produtos alimentícios (12,06%). O emprego em Araraquara subiu 2,66%, em meio à alta na indústria de produtos alimentícios (9,05%) e no segmento de confecção de artigos de vestuário (0,23%).
Em contrapartida, os polos automotivos sofreram no mês passado. A região de Taubaté registrou a maior queda, de 3,62%, e a de São Caetano reduziu o emprego em 1,82%. Ao todo, das 36 regiões apuradas pela Fiesp, 25 sofreram queda no emprego e 11 anotaram alta.
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