Estatísticas da ONU também mostram que cerca de 840 milhões de pessoas recebem menos de US$ 2 por dia
Fonte: Portal Terra
O número corresponde a mais da metade dos trabalhadores do mundo em desenvolvimento. Por outro lado, renda per capita aumentou nestes países nas últimas décadas.
Mais da metade dos trabalhadores dos países em desenvolvimento — cerca de 1,5 bilhão de pessoas — encontra-se em situação trabalhista vulnerável, ganhando pouco, sem contrato ou acesso a direitos trabalhistas, segundo relatório divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) nesta terça-feira.
As estatísticas reunidas pela agência da ONU também mostram que cerca de 840 milhões destes trabalhadores recebem menos de US$ 2 por dia — valor que os coloca abaixo da linha da pobreza. O número, no entanto, é menor do que o registrado no início dos anos 2000.
No contexto mundial, a pesquisa revelou que, desde o início da crise financeira global, em 2007, 30,6 milhões de pessoas entraram para o grupo de desempregados. Em 2013, o desemprego atingiu a marca de 199,8 milhões de pessoas no mundo — e deve chegar a 213 milhões em 2019. A taxa de desemprego mundial – que tem se mantido em torno de 6% da população economicamente ativa – deve permanecer estável até 2017, prevê a OIT.
Melhorias nas últimas décadas
Por outro lado, o relatório também mostra uma melhoria na renda per capita dos países em desenvolvimento nas últimas décadas. Entre 1980 e 2011, a renda per capita em países como Senegal, Vietnã e Tunísia, cresceu, em média, 3,3% ao ano – número muito superior ao aumento de 1,8% registrado nas economias desenvolvidas.
"Os países em desenvolvimento passam, em geral, por um processo de recuperação do atraso em relação a economias avançadas", afirmou o diretor geral da OIT, Guy Ryder. Atualmente, nestes países, mais de quatro em cada dez trabalhadores se encontram na chamada "classe média em desenvolvimento" — ou seja, ganham mais de US$ 4 por dia. De acordo com a OIT, há duas décadas, o número não passava de dois em cada dez trabalhadores.
A OIT concluiu ainda que os países que investiram na criação de empregos de qualidade e em tirar os trabalhadores de uma situação vulnerável resistiram à crise financeira global muito melhor do que aqueles que não o fizeram.
Impacto sobre processos migratórios
Segundo a OIT, a crise econômica afetou as condições de trabalho em todos os lugares. "Muitos países em desenvolvimento, principalmente na América Latina e na Ásia, estão fazendo esforços para combater as desigualdades e melhorar a qualidade do emprego e a proteção social", afirma o principal autor do relatório, Moazam Mahmood. "Por outro lado, uma série de economias desenvolvidas, especialmente na Europa, parece estar indo na direção oposta."
A crise e as oportunidades de trabalho também impactaram os fluxos migratórios. Segundo o relatório, cerca de 231,5 milhões de pessoas estavam vivendo fora de seu país natal em 2013. Destes imigrantes, 51% estavam na Europa, que continua sendo, de longe, o destino mais procurado. Mas, desde o início da crise financeira mundial, as migrações entre países em desenvolvimento têm aumentado.
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