Fonte: GreenPeace
Ativistas foram até a Vale do Rio Doce, em São Luís, para dar um recado importante – na verdade, dez - a uma das maiores empresas de mineração do mundo. Com placas que continham dizeres como “Não vale desmatar”, “Não vale poluir” e “Não vale oprimir”, e com um caixão no qual era possível ler ‘Carajás’, os manifestantes lembraram os 30 anos do Programa Grande Carajás e também o massacre no qual 19 trabalhadores rurais sem-terra foram assassinados em 1996.
Além das mensagens direcionadas à Vale do Rio Doce, a coordenação do seminário ‘Carajás 30 anos’ entregou uma carta à empresa pedindo que suspendam a duplicação da Estrada de Ferro Carajás, considerada ilegal pela Justiça Federal do Maranhão. Pede-se que sejam cumpridas as devidas medidas legais como transparência da política de deslocamento compulsório e travessias seguras ao longo da ferrovia, e que as comunidades ao entorno e o meio ambiente sejam respeitados. A ferrovia é a principal forma de escoar o minério até o porto.
A Vale tem a intenção de abrir uma nova mina em Carajás que triplicará a produção de minério de ferro e para isso precisará duplicar a ferrovia para poder escoá-lo. “No entanto, a Vale não respeita as comunidades quilombolas, indígenas, entre outras, que serão afetadas pelo projeto. Hoje, todo mês há uma morte por acidente com o trem da Vale, quando houver a duplicação teremos muito mais acidentes”, disse Jonas Borges, coordenador do Seminário ‘Carajás 30 anos’ e do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
A Vale do Rio Doce é conhecida por ser uma das empresas com pior atuação socioambiental. Em 2012, recebeu o prêmio Public Eye, conhecido como o “Nobel” da vergonha corporativa mundial, por estar envolvida em casos de ameaças, espionagem, violações de direitos humanos, poluição e péssimas condições de trabalho e de remuneração.
O protesto foi realizado durante a semana em que acontece o seminário Internacional ‘Carajás 30 anos’ que é organizado por Justiça nos Trilhos, Cáritas, Fórum Carajás, MST, GEDMMA (Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente) e apoiado pelo Greenpeace e por uma ampla rede de movimentos sociais e comunitários, sindicatos e pastorais nos estados do Pará e Maranhão.
“Muitos dos que são afetados pelo Programa Grande Carajás e os reais problemas que atingem comunidades continuam invisíveis mesmo após três décadas”, disse Ricardo Almeida Santos, coordenador do seminário. “É necessário avaliar quais foram os impactos sociais, econômicos e ambientais desse modelo que dizem trazer desenvolvimento.”
A programação segue até amanhã com mesas redondas, grupos de trabalho e atividades culturais que acontecem na UFMA (Universidade Federal do Maranhão), discutindo os projetos de desenvolvimento da Amazônia Oriental. Haverá também um ato público do qual o Greenpeace participará hoje, a partir de 14h.
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