Adubos terão controle de qualidade mais avançado


Ministério da Agricultura tem consulta pública aberta para sugestões ao novo manual de análise de fertilizantes. Ele estabelece critérios para fiscalização dos produtos nacionais e importados vendidos no Brasil.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) preparou um novo manual para análise de fertilizantes, que deverá trazer mais exigências para os produtos comercializados no mercado brasileiro. O manual está em consulta pública até o dia 07 de fevereiro e servirá como base para a fiscalização de adubos utilizados no País. Ele será usado tanto para análise de insumos fabricados no Brasil quanto para os importados.

A agricultura brasileira é dependente das importações de adubos, já que não tem produção interna suficiente para abastecer o mercado. Dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) mostram que, de janeiro a novembro do ano passado, o País comprou no exterior 20,1 milhões de toneladas de fertilizantes e produziu 8,6 milhões de toneladas. Entre os fornecedores estão países árabes como Tunísia e Marrocos.

De acordo com o responsável pela área de insumos da Coordenação-Geral de Apoio Laboratorial (CGAL) do Ministério da Agricultura, Murilo Carlos Muniz Veras, o manual é uma revisão da edição de 2002 e traz novas metodologias, mais modernas, para a análise dos produtos. Antes de 2002, o manual que vigorava e era usado pelo ministério para a fiscalização era de 1982.

“A legislação se modernizou, (o setor) evoluiu bastante de lá para cá, surgiram novos produtos, como alguns tipos de fosfatos”, afirmou Veras para a ANBA. O manual guia a fiscalização e caso o produto esteja fora das especificações, a fábrica sofre penalidades econômicas. De acordo com o responsável pela área de insumos da CGAL, a indústria também aguarda o manual e se baseia nele para seu controle interno de qualidade.

O reflexo da entrada em vigor de um manual mais moderno, afirma Veras, é um fertilizante de maior qualidade para o mercado brasileiro, em função da melhor tecnologia e maior precisão nos métodos das análises. A indústria acaba sendo estimulada também, segundo Veras, a buscar tecnologia mais moderna na fabricação dos adubos, o que beneficia o produtor rural.

Durante o período de consulta pública, o setor pode se manifestar a respeito do manual e sugerir modificações. Normalmente, explica Veras, ocorrem questionamentos pontuais sobre questões técnicas. Essas sugestões são analisadas e incorporadas, caso tenham fundamento. Se não houver contestação, o manual deve entrar em vigor cerca de 30 dias após o prazo de consulta. O objetivo, segundo Veras, é publicá-lo o mais rápido possível.

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