Pesquisa revela aumento de 24% no número de greves, entre 2010 e 2011





O Dieese divulgou pesquisa revelando um aumento de 24 % no número de greves nos anos de 2010 e 2011. No ano de 2011 foram registradas 554 paralisações, no ano de 2010 as movimentações trabalhistas ficaram em 446. É a maior taxa grevista desde 1997, quando no total de greves  chegou a 631.O setor público é o que mais se destaca com 325 greves. Já no setor privado foram verificadas 227 paralisações, a maior parte delas na indústria.
O número de horas paradas apresentou crescimento de 41%. Na indústria, setor que apresenta o maior número de horas paradas entre os privados, foram 6.597 horas em 2011, contra 4.390 no ano anterior.
Segundo o Dieese, este aumento das lutas deve-se à mudança da situação econômica do país e à política de arrocho do governo federal.
Em 2010, a economia nacional apresentou um crescimento significativo, com aumento de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB), liderado pelo crescimento da indústria (10,4%) e do comércio (10,9%). A base deste crescimento foi o mercado interno.
Entretanto, esse quadro começa a mudar em 2011, com o aprofundamento da crise econômica europeia e o aumento da inflação no Brasil, o que leva o governo Dilma a adotar cortes nos gastos públicos e aumentar o controle sobre as despesas com pessoal. Essas medidas levam a um maior enfrentamento do funcionalismo público com o governo, com aumento de greves.


Principais reivindicações

Demandas econômicas como reajuste salarial, implementação ou reformulação de Plano de Cargos e Salários (PCS), introdução ou melhora de auxílio-alimentação, motivam a maioria das greves. Destaca-se entre os trabalhadores da indústria o aumento das reivindicações por reajuste salarial (de 34% para 53%).
As demandas ligadas à alimentação também aumentaram de 33% a 42%, saltando de terceira reivindicação mais importante para o segundo lugar. Outras reivindicações, como assistência médica e melhores condições do local de trabalho, também cresceram de um ano para outro.
No setor privado, 80% das greves foram bem sucedidas, com atendimento total ou parcial das reivindicações.
“Estes números comprovam que frente aos ataques dos governos e dos patrões contra os trabalhadores, não existe outro caminho que não seja o da luta,” comenta o diretor do Sindicato, José Dantas Sobrinho.
 

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