Duas campanhas salariais de categorias numerosas em São Paulo, dos metalúrgicos e dos químicos, terminaram com garantia de reajuste e manutenção de direitos. Os comerciários da capital também fecharam acordo recentemente. Esses acordos envolvem aproximadamente 1,4 milhão de trabalhadores no estado.
No caso do setor químico, a campanha foi feita novamente de forma conjunta entre a Fetquim e a Fequimfar, federações estaduais ligadas à CUT (além da Intersindical e da Unidos pra Lutar) e à Força Sindical, respectivamente. A assinatura da convenção coletiva com o Ceag-10, grupo patronal, ocorreu na semana passada. A renovação é por dois anos.
O acordo prevê reposição integral da inflação, com base no INPC-IBGE: 2,55%, índice correspondente ao acumulado em 12 meses, até 31 de outubro, véspera da data-base.
“É importante a unidade que estamos tendo com os sindicatos químicos. O resultado está aí: apesar de tudo o que está acontecendo no Brasil, garantimos a manutenção de todas as cláusulas, além de reajuste salarial e no piso de 100% do INPC, repondo integralmente a inflação do período, e reajuste na PLR (participação nos lucros ou resultados)”, afirma o coordenador político da Fetquim, Airton Cano. “E a luta continua, fábrica a fábrica”, acrescenta.
O piso também será corrigido pelo INPC. A PLR é de R$ 1.035 nas empresas com até 49 trabalhadores e de R$ 1.150 nas fábricas a partir de 50 funcionários. O valor teve aumento acima da inflação.
No caso dos metalúrgicos ligados à Força Sindical, assembleia no dia 8 aprovou propostas feitas por diversos grupos patronais, que reúnem a maior parte da categoria. O acordo é de 3% de reajuste, o que inclui aumento real, além de 6% do abono, correção dos pisos pelo INPC e manutenção das cláusulas sociais. O sindicato de São Paulo destaca cláusulas como as que proíbem trabalho insalubre para gestantes e lactantes e mantém as homologações na própria entidade. “Vamos continuar a mobilização para estender esta significativa conquista para toda a categoria”, diz o presidente do sindicato e da Força, Miguel Torres.
A campanha reúne 53 sindicatos filiados à Federação dos Metalúrgicos, ligada à Força. São aproximadamente 800 mil trabalhadores na base. Na base da CUT, a federação também está fechando acordos. A data-base é 1º de setembro.
Já o Sindicato dos Comerciários de São Paulo assinou acordo no início do mês, com reajuste salarial de 4%, acima do INPC (3,28% em 12 meses, até agosto). A convenção atinge 350 mil trabalhadores, segundo a entidade.
Fonte: Rede Brasil Atual
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