O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Extração de
Metais Básicos e Minerais Não-Metálicos de Araxá (Sima) encaminhou nota à
imprensa acusando a Vale Fertilizantes de pressionar seus funcionários para
aprovar alteração na jornada de trabalho para seis horas (4×1). Demissão e
retaliação estavam entre as ameaças feitas pela empresa, segundo o sindicato,
inclusive com os presença de gerentes nas assembleias com para amedrontar a
classe.
A nova jornada foi aprovada e até o fechamento desta
publicação a Vale não havia se pronunciado sobre a nota do Sima.
Confira a nota enviada pelo Sima
Acordo Coletivo de Trabalho – Trabalhadores da Vale aprovam
reajuste de 10,33% e turno de 6 horas
Em assembleias realizadas entre os dias 4 e 8 de janeiro,
1.676 trabalhadores da Vale Fertilizantes aprovaram a manutenção do acordo
coletivo de trabalho anterior e reajuste salarial de 10,33%, com base no INPC.
A maioria dos trabalhadores de turno votou a favor da alteração da jornada para
seis horas (4×1), com a incorporação do adicional de turno de 10% ao salário.
A votação e apuração dos votos transcorreram de forma
democrática e pacífica. O Sindicato optou por realizar as votações em horários
distintos para trabalhadores do setor administrativo e de turnos, para
privilegiar aqueles que têm horários diferenciados e evitar conflitos de
interesses.
Apesar de todos os esforços do Sindicato em defender a
manutenção da jornada de trabalho atual, conquistada em acordos coletivos
anteriores e árduas batalhas judiciais contra a arbitrariedade da empresa, o
que se notou durante o processo de negociações foi que imperou o jogo sujo da
Vale Fertilizantes, manipulando, pressionando e chantageando os trabalhadores.
A empresa enrolou o máximo possível a discussão da pauta de
negociação e empurrou para o fim de dezembro o acordo em torno da questão
salarial para coincidir com o acordo de turnos, com a finalidade de confundir o
trabalhador. Além disso, ela levianamente tentou modificar a sua proposta em
pleno processo de votação, para tumultuar.
Nas reuniões internas, os gerentes da Vale fizeram
verdadeiro terrorismo, ameaçando os trabalhadores de demissão e retaliação.
Esses gerentes tiveram até mesmo a cara de pau de marcar presença, com sua
“tropa de choque”, nas assembleias, para amedrontar e pressionar os
trabalhadores.
Nós reconhecemos a “vontade” dos trabalhadores, que
decidiram acatar uma jornada de trabalho terrível, desumana e cruel, pois são
pais e mães de família defendendo o seu sustento, debaixo de ameaça. Mas
rechaçamos a atitude mesquinha dos gestores desta multinacional que trata o seu
patrimônio humano indignamente, sem consideração e nem piedade.
Se a prioridade da Vale é o lucro e a produtividade, que tal
investir em capacitação técnica dos seus supervisores, que em vez de produzir
para fazer a empresa crescer, são treinados para aliciar e prejudicar o
trabalhador?
Fonte: Diário de Araxá
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