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Diante do quadro da estagnação econômica do Brasil, da confusão fiscal, dos desacertos da política e do risível governo, a pergunta que precisamos fazer é – E o trabalhador?
Somos nós, os do chão das fábricas, dos andaimes da construção civil, os lavradores, os motoristas e trocadores de ônibus, os vendedores das lojas, os deserdados das prioridades da nação, os primeiros a pagar – e pagar caro – pela crise. Afinal, somos os primeiros a receber a carta de demissão, o famigerado “bilhete azul”.
Claro, ninguém sai ileso de uma hecatombe como esta. Vejamos, no entanto, o nosso lado.
O empresário, por maiores dificuldades que passe, sempre haverá como reduzir seus custos, demitir seus funcionários, parcelar seus impostos, diminuir investimentos, hibernar tempo bastante até passar a tempestade.
Os governos, em todas as suas instâncias, reduzirão investimentos, criarão mais impostos, cobrarão com mais rigor seus créditos e de uma forma ou outra sobreviverão. Até porque são governos e nunca vão à falência. E, como sempre, culpam a oposição e o mundo pela crise que criaram.
Nosso caso é diferente. É enfrentar o inferno do desemprego sem dó nem piedade. A Inflação a nos comer vivos. É panela vazia, menino sem leite e remédio, luz e água cortadas, desesperança e cabeça quente. Saúde pública que não existe, ensino público de má qualidade e agora com orçamento reduzido em mais 30%. Sem falar da mudança da regra do seguro desemprego, claro, contra o trabalhador.
Temos ainda que suportar a ironia de chamar o Brasil de “pátria educadora”.
Filas e mais filas na busca de novo emprego e receber o não a toda hora. Haja autoestima ou fé no futuro.
Sofremos, em passado recente, a crueldade de nos conduzirem e estimularem o uso de nosso sagrado FGTS para comprar ações da Petrobrás. Virou pó nosso fio de esperança. Hoje sabemos as razões.
Nossos sindicatos de trabalhadores agora trabalham dobrado nas homologações de demissões. É missão cruel que a lei lhes impõe, de braços e mãos atados sem poder, ou saber, o que e como fazer.
Como mudarmos esta roda de desespero? Como acabar com este inferno dantesco? A quem apelar para solução de nossas dores?
A esperança, aquela que na maioria das vezes não realiza, é a única a que apegar.
A insegurança, física e mental, fez morada em nossas vidas.
Nossos medos só aumentam.
Não há como ter fé de barrigas vazias, nas palavras de Santo Agostinho.
Por Vandeir Messias, presidente da Força Sindical Minas Gerais.
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