Foi enterrado no final da tarde de ontem (30) o corpo de mais uma vítima do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Oito meses depois da tragédia, o número de mortos chegou a 250
Uma multidão acompanhou o velório do funcionário da Vale Luciano de Almeida Rocha (foto), de 40 anos. Luciano era técnico de operações, e estava na área administrativa na hora do rompimento da barragem de rejeitos de minério.
“Eu estou agradecendo a Deus por esses oito meses ter guardado o meu filho debaixo daquela terra. E me devolver ele para ser despedido agora, com a família”, afirmou a mãe da vítima Maria Aparecida Rocha.
O corpo de Luciano estava a dois metros de profundidade e a uma distância de cerca de cinco quilômetros da barragem. Outros três primos dele também morreram na tragédia.
Os bombeiros e as máquinas nunca pararam de trabalhar na área onde tudo aconteceu. Vinte famílias ainda esperam por notícias de parentes desaparecidos no rompimento da barragem.
A Polícia Civil também trabalha dia e noite na identificação dos corpos que, em muitos casos, é feita pelo material genético, pelo exame de DNA. Com o estado avançado de decomposição das amostras encontradas, o trabalho é cada vez mais difícil.
“A qualidade do material ao longo do tempo ela tende a se perder, a qualidade para extração de DNA. Nós temos atualmente no IML e no instituto de criminalística dados da Polícia Civil, 115 casos em análise, não tem nenhum caso parado. O caso entra e já começa o processo de extração de DNA”, explicou o superintendente polícia técnico-científica, Thales Bittencourt de Barcelos.
Ana Paula Rocha, irmã de Luciano, também perdeu o marido na tragédia. Ela disse que nada vai apagar a dor da família. “Ah, não tem nem como falar, é uma dor que nada vai mudar. Pode amenizar, com o tempo amenizando, mas é um buraco que fica em nosso coração”, disse.
Multas Vale
Desde o rompimento da barragem, diversos órgãos ambientais multaram a Vale. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais emitiu oito multas contra a mineradora. Segundo a pasta, cinco delas, que somam mais de R$ 99 milhões, já foram pagas pela empresa.
O Ibama informou que aplicou cinco autos de infração contra a mineradora, no valor total de R$ 250 milhões e que ainda não foram pagos pela Vale. As prefeituras de Brumadinho e Juatuba também aplicaram multas contra a empresa, de R$ 100 e R$ 50 milhões, respectivamente, e que também não foram pagas.
Fonte: G1
0 comentários:
Postar um comentário