O Stiquifar (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias
Químicas e Farmacêuticas de Uberaba e Região) em parceria com a Confederação
Nacional dos Trabalhadores Químico (CNTQ) promoveu durante os dias 22 e 23 de
outubro, o curso de “Formação Política Sindical”
O assessor técnico da CNTQ, Lino Almeida explicou que para
entendermos o novo modelo sindical era preciso relembrarmos as lutas que
culminaram em conquistas que estão garantidos pela CLT (Consolidação das Leis
Trabalhistas). No entanto, os últimos governos estão trabalhando para retirar
todos os direitos dos trabalhadores com a vigência da Reforma Trabalhista e a
aprovação da Reforma da Previdência. “Sem contar que os governos federais estão
trabalhando para realizar um ‘desmonte sindical’ e deixar os trabalhadores sem
representatividade”, explica.
Um ponto que o assessor chamou atenção e que o governo
aprovou uma lei que que retirou a contribuição sindical obrigatória, ou seja, somente
pode ser descontando algo na folha do empregado se ele manifestar o interesse
formalmente à empresa. Contudo, não retirou a representação dos sindicatos. “Algumas
cláusulas como reajuste salarial podemos até negociar para todos os
trabalhadores. Entretanto, existem alguns serviços que devem ser prestados
exclusivamente aos associados”, alerta.
MUDANÇA DE PARADIGMA
O assessor jurídico revelou que o novo modelo sindical está
migrando da representação para a representatividade, ou seja, ter trabalhadores
que reconhecem o trabalho sindical e tornam-se sócio em defesa dos direitos
trabalhistas. “O sindicato está deixando de ter uma função assistencialista.
Agora, temos que criar algumas estratégias para mostrarmos a força sindical na
mesa de negociação e as consequências do trabalhador não ter uma representatividade
para defender os seus interesses”, observa.
Segundo informações do CNTQ, na década de 80 o sindicatos
eram preponderante, pois tinham 85% de filiados, pois não tinham tanta
representatividades dentro de uma mesma empresa. Na década de 90, esse índice caiu
para 8%, em virtude do aumento do desemprego e aumento da inflação. No governo
do PT, o índice subiu para 13% porque melhorou a economia, mas no governo de
Michel Temer e agora, Bolsonaro está em queda porque estamos vivendo um reflexo
muito parecido com a década de 90, pois está acabando o emprego com carteira
registrada.
PESQUISAS SINDICAIS
Uma pesquisa realizada em relação a participação sindical no
Brasil aponta que: 50,8% dos trabalhadores se filiam a uma entidade classista
para defender os interesses coletivos; 20,2% estão representados em decorrência
dos serviços oferecidos e 29% outros motivos. “Temos que pensar que aquele tipo de trabalhador antigo não existe mais. Atualmente, são mais conscientes e fazem conta dos seus gastos", observa o assessor técnico.
ainda, segundo a pesquisa 38,2% dos trabalhadores não são filiados a uma entidade classista porque não
conhecem o seu sindicato ou não sabem como fazer. Contra 23,6% que alegaram que
não se filiam porque não tem o serviço que lhe interessam e 16,6% que responderam
que não acredita no sindicato. "Se o movimento sindical continuar fazendo o que sempre fez, vamos
continuar obtendo o mesmo resultado. Agora, chegou a hora de inovarmos para
aumentar a nossa representatividade”, finaliza Lino.
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