Problemas bucais afetam produtividade de trabalhadores



Fonte: Diário de Pernambuco

As doenças que afastam o trabalhador do dia a dia das empresas são as mais diversas. Porém, a atenção precisa ser voltada para uma discreta parte do corpo: a boca. Problemas bucais são responsáveis por “pequenas” saídas do trabalho, com duração de um turno a dois dias, e que podem ser bastante onerosos para o meio corporativo porque atingem o tempo e consequentemente a produtividade do trabalhador. A sugestão de especialistas é que a odontologia preventiva seja incorporada ao dia a dia de trabalho, o que pode ser um passo para minimizar outros problemas de saúde que aparecem no mapa da Previdência Social. Em números, a redução do afastamento do trabalhador chega a 86%, por procedimento realizado.

O presidente da Associação Brasileira de Odontologia em Pernambuco (ABO-PE), Alexandre Rizuto, afirma que qualquer trabalhador, de qualquer setor, precisa ter cuidado com a boca e as empresas. “Dores, incômodos, sangramentos fazem o trabalhador perder rendimento”, pontuou. “O cirurgião dentista está apto para dar diagnósticos de algumas doenças de ordem geral depois de uma avaliação bucal, é o caso da sífilis, por exemplo. Outras, tão graves quanto esta, podem se manifestar por problemas na gengiva. A endocardite, inflamação na musculatura interna do coração, pode ser provocada por uma bactéria na gengiva”, ressaltou.
   
Dalma Sotero, especialista em odontologia do trabalho e responsável técnica pela área da odontologia do Sesi-PE, destaca que a entidade criou um produto para trazer para primeiro plano a atenção a essas doenças bucais. “Para tratar de um problema bucal ou para uma simples visita ao dentista, o trabalhador precisa, no mínimo, de um turno. Se o procedimento é mais grave, dura o dia inteiro. Com ações internas de odontologia preventiva, esse tempo é reduzido a 40 minutos”, mensurou. A ação pode ser por meio de unidades móveis ou pela instalação de uma unidade de atendimento nas dependências da organização.

Sobre quanto isso provoca em produtividade para a empresa, a diretora destacou que o retorno ainda não é medido. “Não se controla quanto a redução de saídas favorece a produtividade, justamente por serem pequenas saídas. Estamos incentivando que as empresas façam essa gestão de produtividade.” Maria Aparecida Rocha, analista de benefício da Refresco Guararapes, destaca que a presença do trailler do Senai é integral, 8 horas por dia, e garante que os tratamentos internos têm dado resultados, mas não consegue avaliar.

Os pequenos afastamentos, inclusive, não entram no mapeamento do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por ser menos de 15 dias de afastamento, quando há a necessidade de Previdência Social. O MTE informou que as ações de fiscalização no âmbito do órgão são prioritariamente voltadas para as atividades econômicas com maiores índices de acidentes e doenças do trabalho.

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