Sindicatos conseguem aumento a trabalhador


Fonte: Diário de S. Paulo

Mesmo com a crise que faz desacelerar praticamente todos os setores da economia do país, em especial a indústria e o comércio, cerca de 93% das negociações salariais no primeiro semestre deste ano resultaram em ganhos acima da inflação.

O número positivo foi divulgado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Na maioria dos 350 casos analisados (45%), os ganhos foram entre 1º% e 2% superior ao INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que mede a renda de trabalhadores entre um e cinco salários mínimos.

Para o coordenador de atendimento técnico sindical do Dieese, Airton Santos, o resultado surpreende, já que o atual momento  apontava para um saldo negativo. “Não foi o maior ganho de toda a série, mas considerando o cenário da economia, está de bom tamanho” analisa.

De acordo com o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, Juruna, o percentual obtido é “positivo” e tem relação com o baixo desemprego. “Quando há desemprego, a gente negocia até perdas salariais ou redução de vagas. Quando há emprego, você pode negociar ganhos acima da inflação”, aponta.
“Nãoi conseguimos conquistar ainda o reajuste de todas as categorias, mas vejo como positivo (o resultado) por conta da crise econômica mundial. Nós conseguimos manter os empregos. Se não fosse essa taxa tão baixa (de desemprego), nós teríamos uma pressão empresarial muito grande”, continua Juruna.
Entre os segmentos analisados o maior aumento  real ocorreu no setor da construção e mobiliário (2%), seguido de metalúrgica, mecânica e material elétrico (1, 87%). Depois vem o alimentação (1,46%), fiação e tecelagem (1,31%), gráfica (1,23%), vestuário (1,14%), química e farmacêutica (1,08%)e urbana (0,98%).
Para o segundo semestre, Airton se mostra otimista. Categorias importantes, como metalúrgicos e petroleiros, já começaram a discutir o percentual de aumento. “Os sindicatos vão se mobilizar para manter a taxa no mesmo patamar”, acredita o representante do Dieese.

Justamente o fato de a data-base de categorias importantes estar concentrada no segundo semestre, Juruna prevê dificuldades. “Normalmente são categorias maiores ( que negociam), como metalúrgicos, bancários e os químicos. Nós prevemos uma negociação difícil, mas vamos insistir em aumentos reais”.

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