No começo da pandemia, o ministro Guedes, da Economia, resistiu ao Auxílio Emergencial pra desempregados, MEIs, informais e à população pobre em geral. Chegou a falar em, no máximo, R$ 150,00. Ante o desgaste, o presidente Bolsonaro subiu pra R$ 190,00.
Mas esse Auxílio está hoje em R$ 600,00. E não são mais três parcelas. Agora, são cinco, totalizando um aporte de R$ 3 mil. Quem conquistou esse valor e mais duas parcelas? O movimento sindical, especialmente as Centrais, que se atuaram no Congresso Nacional.
Quem reconta essa história é Clemente Ganz Lúcio, ex-diretor técnico do Dieese, que tem atuado junto à Centrais na implementação da pauta unitária. Quinta, dia 16, ele falou na live da Agência Sindical.
TRECHOS PRINCIPAIS:
Central Sindical - "É uma entidade máxima que reúne Sindicatos, Federações e Confederações de todas as categorias das suas bases. Também atuam pra representar todos os que não são assalariados, e atuam por conta própria".
Política - "Atualmente, as Centrais têm uma grande atuação no Congresso Nacional. Reúnem-se com parlamentares e os presidentes da Câmara e do Senado pra tratar da pauta dos trabalhadores".
Partidos - "Os dirigentes sindicais se relacionam com quem a sociedade escolheu pelo voto. Assim que um governante toma posse, as Centrais tentam marcar reunião pra apresentar propostas. No caso de Bolsonaro, nunca houve diálogo e abertura".
Auxílio Emergencial - "O valor de R$ 600,00 veio de proposta das Centrais. O governo queria pagar R$ 150,00. Mas mostramos a importância desse valor na sustentação da renda, na dinâmica econômica e pra ajudar no isolamento ante o avanço da Covid-19. A proposta de R$ 600,00 recebeu apoio de várias entidades e parlamentares, e foi aprovada no Congresso".
Impacto - "Conseguimos um dos maiores programas de proteção social que o Brasil já teve. Milhões de pessoas são diretamente beneficiadas. O programa é responsável por evitar queda de dois pontos percentuais no PIB (Produto Interno Bruto). É um impacto real no mercado e na vida das pessoas".
Direito - "Na primeira leva de pagamento do Auxílio, mais de 20 milhões de pedidos foram recusados. Lutamos pra que isso fosse revisto. A mão do movimento sindical foi fundamental pra garantir esse direito".
Dinheiro - "Parte desse valor volta pros cofres do governo. De cada R$ 10,00 gastos, o governo recebe R$ 4,00 de volta. Ou seja, desses R$ 600,00, recebe mais de R$ 200,00 em impostos".
Retomada - "As Centrais defendem medidas necessárias, mas com protocolos de segurança. Também é preciso cuidar de manter a renda, com a prorrogação do Auxílio. A terceira iniciativa é ampliar o crédito a micro e pequenas empresas. E, por último, a pauta das Centrais propõe retomar mais de 10 mil obras públicas, a fim de abrir postos de trabalho e gerar empregos".
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