A Vale informou, na última segunda-feira (2), que paralisou a mina de Fazendão, localizada em Catas Altas, com a justificativa de que há uma exaustão mineral na área licenciada. Porém, a mineradora disse que os seus funcionários que trabalham na cidade não irão ser demitidos, mas sim, realocados conforme as demandas do complexo.
Ainda não se sabe por quanto tempo a mina ficará paralisada e quais valores deixarão de ser repassados ao município de Catas Altas por Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem). Entretanto, o Sindicato Metabase de Mariana, que também representa os trabalhadores da Vale em Catas Altas, cobra da mineradora que conceda estabilidade provisória de 12 meses a todos os funcionários da mina de Fazendão.
A mina de Fazendão foi paralisada no último sábado (29), oito dias após o prefeito de Catas Altas, José Alves Parreira (PSDB) ter revogado a declaração de conformidade que iria permitir à Vale expandir o complexo. A ação de paralisar as atividades tomada pela mineradora deixou um entendimento subliminar de represália, já que agora dificilmente será possível licenciar a sua expansão.
INTERMEDIAÇÃO DA PREFEITURA
No dia 3 de março, o prefeito de Catas Altas, José Parreira, junto de outros assessores estiveram em uma reunião junto de gerentes da Vale para tratar sobre a paralisação do complexo de Fazendão. De acordo com a mineradora, a situação teria sido apenas “uma infeliz coincidência” e que a paralisação da cava de São Luiz “estava prevista para acontecer até abril, caso o licenciamento ambiental do processo de expansão não fosse concluído”. Portanto, teria sido tudo uma falha de comunicação.
Na reunião, a Vale teria alegado que nenhum trabalhador será demitido “neste primeiro momento”, mas que seriam realocados para as localidades próximas para atender as demandas da mineradora.
Quanto às cavas de Almas e Tamanduá, José Parreira reafirmou durante a reunião que a prefeitura se posiciona contrária às suas reativações. Porém, o município concorda com a expansão da cava de São Luiz. Portanto, foi solicitado pelo prefeito para que a Vale conclua o processo de licenciamento junto à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, para que seja possível uma nova declaração de conformidade quanto à cava de São Luiz.
JUSTIFICATIVA DA VALE
A Vale tenta duas concessões junto ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH) para a expansão do complexo de Fazendão. Uma delas se trata da retomada da exploração nas cavas de Almas e Tamanduá, que seriam transformadas em uma única cava, ocupando uma área de 50,32 hectares, porém há resistência de moradores, de entidades de defesa do meio ambiente e da própria prefeitura municipal quanto a essa outorga. Já a segunda concessão se trata de ampliar a cava de São Luiz, dos atuais 135,71 hectares para 215,67 hectares.
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