A mineradora Vale – proprietária da represa que se rompeu em Brumadinho e uma das controladoras da Samarco, dona da barragem que colapsou em Mariana – tem 25 estruturas de mineração com Declaração de Condição de Estabilidade (DCE) negativa em Minas Gerais. O documento deve ser enviado duas vezes por ano à Agência Nacional de Mineração (ANM).
Fazem parte das barragens sem DCE sete estruturas a montante – o mesmo modelo usado nos barramentos de Mariana e Brumadinho.
São elas: B3/B4 da Mina Mar Azul, em Nova Lima; Forquilhas I, II e III e Grupo da Mina de Fábrica, em Ouro Preto; Sul Superior, da Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais; e Vargem Grande da mina de mesmo nome, em Nova Lima.
Há também estruturas construídas a jusante e em etapa única, métodos vistos por especialistas como mais seguros.Das 25 represas sem DCE em Minas, nove estão nos níveis 2 (anomalia não controlada) e 3 (colapso iminente) da escala de rompimento.
Dessas, oito já tiveram suas Zonas de Autossalvamento evacuadas. São represas localizadas no distrito de Macacos (Nova Lima), em Ouro Preto e em Barão de Cocais.
A única sem evacuação completa e com nível elevado da escala de rompimento é a Barragem Doutor, em Ouro Preto. Segundo a Vale, a expectativa é que as 78 famílias que vivem nas proximidades da represa sejam realocadas até o fim de abril.
Até a publicação desta matéria, apenas 11 núcleos familiares já deixaram suas casas. Eles estão em moradias provisórias.
Outro lado
Em nota, a Vale informou que as negações das declarações de estabilidade se devem ao fato da adoção de novos parâmetros de segurança por parte da companhia, o que a empresa chama de Sistema de Gestão de Barragens.
De acordo com a empresa, a instituição do cargo de engenheiro de registro fez com que una nova etapa fosse incluída no cronograma de emissão do documento.
Também informou que novas DCEs para essas barragens poderão ser enviadas à ANM durante o ano e que não detectou alteração alguma nas estruturas.
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