Vale Fertilizantes descumpre acordo com sindicato e funcionários temem demissão em Araxá e Tapira


Fonte: Blog Germano Afonso/Araxá

Funcionários das unidades da Vale Fertilizantes em Araxá e Tapira estão indignados com a mineradora, que descumpriu um acordo de turno feito no ano passado com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Extração de Metais Básicos e Minerais Não Metálicos de Araxá (Sima). Esse acordo foi homologado na Justiça do Trabalho. Além da indignação, os trabalhadores também estão preocupados, pois o descumprimento do acordo pode diminuir turmas que trocam turnos e gerar desemprego. A mineradora pode ser alvo de ações judiciais se não cumprir o acordo.

Os trabalhadores das minas de Araxá e Tapira da Vale Fertilizantes eram terceirizados através da empresa Fagundes. O Sima entrou com uma ação judicial contra a terceirização e a mineradora teve que primarizar as suas minas, ou seja, assumir o serviço terceirizado. Acontece que a Vale firmou um acordo com o Sima em 2014 que o único turno existente na mineradora seria de 6/4, onde uma turma trabalha seis dias e folga quatro. Sendo assim, são cinco turmas em cada setor, pois enquanto três trabalham, duas estão de folga. Esse acordo é válido até janeiro de 2016.

Porém, existiam três turnos na área das minas quando o serviço era terceirizado pela Fagundes (6/1, 6/2 e 6/3) e por isto havia somente quatro turmas nesta área. A Vale decidiu manter os turnos da Fagundes, descumprindo o acordo feito com o Sima, pois com o término da terceirização das minas o turno daquela área deveria passar a ser o mesmo dos demais setores da mineradora onde existe a troca de turnos, que é o 6/4. O sindicato quer que a Vale Fertilizantes cumpra o acordo e implante o turno de 6/4 nas minas, pois existem funcionários suficientes para a formação da quinta turma.

Essa situação gera uma enorme insegurança nos demais setores da mineradora, pois a Vale está mostrando que não honra os acordos que faz. Os funcionários das unidades de Araxá e Tapira temem que a Vale acabe com o turno de 6/4 nas demais áreas e implante turno idêntico ao das minas em toda a mineradora, o que diminuiria uma turma em cada setor. Isso causaria demissões de funcionários. A mineradora absorveu trabalhadores da Fagundes, sendo 800 em Tapira e 850 em Araxá, e o descumprimento do acordo pode fazer com que o quadro de funcionários diminua.


A Vale Fertilizantes é conhecida por virar as costas para Araxá e ignorar as demandas da nossa cidade, que é de onde a mineradora retira a sua matéria prima. Agora a Vale é conhecida também por descumprir um acordo homologado na Justiça do Trabalho e aterrorizar pais de família que trabalham na mineradora e temem ficar sem os seus empregos. Os funcionários da Vale não escondem mais que estão insatisfeitos com a mineradora. Uma situação inusitada foi a retirada das máquinas de café de todos os setores das unidades de Tapira. Parece até coisa de empresa que está quebrando. Será?

 

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