Fonte: BrasilAgro
Este ano deve ser de muito planejamento e especialistas esperam melhoras apenas a partir de 2016.
O ano de 2014 terminou, porém, a crise que se instaurou no setor sucroenergético e que se agravou no ano passado, afetando o polo industrial de Sertãozinho, ainda segue longe do fim. A cidade viveu um período de demissões em massa e várias metalúrgicas sem contrato se encontram em dificuldades para iniciar 2015.
Para piorar, economistas e autoridades do setor dizem que a situação econômica da cidade só vai melhorar a partir de 2016. O município que já foi destaque na geração de empregos e ficou conhecida como a “capital do açúcar e do álcool”, hoje, ainda vive os reflexos da estagnação do setor que chegou a ser taxado como o grande percursor do futuro do Brasil.
Há seis anos, o ritmo de trabalho era forte e promissor. Com cerca de 20 pedidos de novas usinas por ano, nas metalúrgicas da cidade sobravam vagas e uma possível ameaça de crise nem era cogitada. Porém, hoje o cenário mudou e, com a chamada quebra do setor sucroenergético, os empresários ainda sobrevivem graças às reformas nas usinas que ocorrem no período de entressafra.
Mas, foi preciso se adequar para este novo cenário – e, assim, surgiram as demissões. Somente neste ano, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego, o número de desligamentos deve ultrapassar os 4 mil. Para entender o tamanho da crise, segundo a Secretaria Municipal de Indústria e Comércio, hoje existem 43 mil carteiras assinadas na cidade – 20 mil de trabalhadores ligados ao setor sucroenergético.
O caldeireiro Thiago Cardoso dos Santos, 28 anos, foi um dos que perdeu o emprego em 2014. Na “rua” há sete meses, ele ainda mantém a esperança de uma admissão em 2015. “Já mandei currículo em diversas empresas. Sempre dizem que vão ligar, mas nunca retornam. Estou esperando”, disse.
As demissões também atingiram vários setores dentro das metalúrgicas. O controlador de contratos Jair de Oliveira Filho, 46 anos, está há cinco meses sem trabalho. Com a situação apertando, ele pensa em mudar de profissão. “Eu sou casado, tenho família, o seguro-desemprego já acabou”, lamentou.
A situação na cidade não deve melhorar tão cedo, como prevê o economista Rudinei Toneto Júnior. “Para o próximo ano, vejo a cidade ainda em grandes dificuldades. O setor chegou ao fundo do poço e vai continuar em compasso de espera até uma retomada da economia mundial”.
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