A Vale está ameaçando abandonar uma importante organização do setor minerador em meio a uma disputa com a concorrente Rio Tinto referente a um grande ativo de minério de ferro na Guiné.
A mineradora brasileira enviou uma carta ao Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM, pelas iniciais em inglês) sobre sua filiação à entidade, que é formada pelas 22 maiores empresas globais do setor, incluindo a própria Vale, Rio Tinto, BHP Billiton e Glencore.
"Estamos em conversações sobre a participação (da Vale)", disse uma porta-voz do ICMM. Ela se recusou a dizer quando a carta foi recebida ou a comentar mais sobre seu conteúdo. Uma porta-voz da Vale admitiu o envio da carta ao ICMM, mas não fez comentários.
Segundo três pessoas com conhecimento da situação, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, ameaçou deixar o ICMM, do qual ele é conselheiro, por causa de um processo judicial da Rio Tinto contra a empresa brasileira.
A Rio Tinto abriu o processo contra a Vale e o bilionário israelense Beny Steinmetz no final de abril. A empresa anglo-australiana acusa a Vale e Steinmetz - além do ex-ministro de mineração da Guiné Mahmoud Thiam e Mamadie Touré, esposa do ex-presidente do país Lansana Conté - de terem feito um conluio para roubar da Rio Tinto metade da concessão de minério de ferro de Simandou. Localizado na Guiné, Simandou é um dos maiores ativos não desenvolvidos de mineração do mundo.
A Vale e o braço minerador de Steinmetz, a BSG Resources, negam as acusações, assim como Thiam. Mamadie Touré não foi encontrada para comentar sobre o processo.
Se a Vale de fato deixar o ICMM, será a primeira vez que uma grande mineradora o fará desde que o conselho foi fundado, em 2001. A entidade costuma promover encontros de executivos do setor minerador duas vezes ao ano, normalmente em maio e outubro. Fonte: Dow Jones Newswires.
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