Fonte: Valor
A produção brasileira de fertilizantes está cada vez mais longe de
alcançar patamares maiores para atender a demanda doméstica por esses produtos, que cresce a cada ano. Atualmente, cerca de 70% da demanda interna é atendida por importações.
Somente neste primeiro semestre, a produção nacional de fertilizantes caiu 10,2% frente ao mesmo período de 2013, para 4,156 milhões de toneladas, enquanto as vendas internas no intervalo cresceram 6,9% e atingiram 12,987 milhões de toneladas, conforme dados divulgados neste mês pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda).
A Vale, a maior empresa do setor no país, registrou no segundo trimestre deste ano produção de potássio 15% menor ante igual período de 2013, para 96 mil toneladas. No primeiro semestre, a produção teve queda de 11,9%, para 206 mil toneladas.
A empresa é a única que mantém no país projeto para a produção de potássio, cuja dependência brasileira de importações ultrapassa 90%.
A mina em questão, em Sergipe, encontra-se em exaustão. O projeto Carnalita, também em Sergipe, que substituiria o atual projeto Taquari-Vassouras da companhia, deve seguir com as etapas de conclusão da engenharia detalhada e do licenciamento, que antecedem o envio do projeto para aprovação no conselho de administração da Vale,
disse ontem a empresa, em nota. O projeto correu o risco de ser cancelado.
Entre os fosfatados, a produção da Vale de rocha fosfática subiu 11,9% no trimestre, para 2,122 milhões de toneladas, desempenho considerado recorde pela mineradora. No semestre, a produção foi 4,3% superior, a 4,054 milhões de toneladas. Entretanto, o crescimento no acumulado do semestre foi registrado apenas em Bayóvar, no Peru. No Brasil, a produção de rocha fosfática recuou 1,6% nos primeiros seis meses do ano.
Já a maior parte da produção de fertilizantes fosfatados da mineradora registrou queda no semestre. A produção de MAP (fosfato monoamônico) caiu 9,2% nos primeiros seis meses deste ano frente ao primeiro semestre do ano passado, para 539 mil toneladas. A
Vale informou em relatório que o recuo foi consequência de uma produção menor em Uberaba (MG) devido à disponibilidade limitada de ácido fosfórico. No segundo trimestre, o complexo industrial de Uberaba foi submetido a uma parada programada para manutenção, que impactou a produção de ácido fosfórico.
Na mesma comparação, a produção de TSP (superfosfato triplo) caiu 7,7% para 430 mil toneladas, enquanto a de SSP (superfosfato simples) teve queda de 17,7%, a 863 mil toneladas.
Apenas a produção de DCP (fosfato bicálcico) teve aumento de 6,5% no semestre, totalizando 246 mil toneladas. Na comparação entre o segundo trimestre frente ao mesmo período de 2013, o aumento foi de 15,9%, refletindo uma forte demanda pelo produto, conforme a Vale.
Já entre os fertilizantes nitrogenados, foram produzidas 47 mil toneladas de amônia no segundo trimestre, queda de 58% sobre igual período de 2013. O recuo é explicado pela venda da operação de Araucária em junho de 2013. A unidade produzia nitrogênio e tinha capacidade anual de cerca de 1,1 milhão de toneladas de amônia e ureia, de acordo
com a Vale.
No semestre, a produção de amônia caiu 62,3%, para 96 mil toneladas.
A produção de ácido nítrico subiu 19,9% no primeiro semestre do ano frente aos primeiros seis meses de 2013, a 228 mil toneladas. Na mesma comparação, foram produzidas 231 mil toneladas de nitrato de amônio, crescimento de 25%.
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