Fonte: Estadão
Jardest parou as atividades em Jardinópolis em abril e dispensou ao menos 378 trabalhadores. Coordenador de posto do trabalhador afirma que desempregados ainda não conseguiram recolocação no mercado
Usina pertencente ao grupo Biosev, a Jardest paralisou em abril as atividades em Jardinópolis, cidade de 40.640 habitantes vizinha a Ribeirão Preto, desempregando ao menos 378 funcionários.
De acordo com a Biosev, a unidade contava com 728 funcionários, dos quais 350 foram transferidos para outras unidades.
O restante perdeu o emprego e, desde então, os pedidos de seguro-desemprego no PAT (Programa de Apoio ao Trabalhador) do município aumentaram de oito por dia (até abril) para 35.
"Até agora, nenhum desses trabalhadores foi encaminhado para novas vagas", disse o coordenador do PAT local, José Edelcio Bertini.
"Não temos registro de outra crise tão grande para o setor sucroenergético", afirmou Marcos Fava Neves, professor da área de planejamento da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto), da USP.
"Esta é, sem dúvida, a pior crise do setor e é muito sentida por estes municípios, onde a situação está periclitante", afirmou o presidente da Udop (União dos Produtores de Bioenergia), Celso Torquato Junqueira Franco.
O fermentador --profissional que atua na produção do álcool e açúcar-- Cláudio da Silva, 42, é uma das pessoas que buscaram o seguro-desemprego e seguem à procura de uma nova colocação.
Casado e pai de uma filha de dez anos, trabalhou por 20 anos na Jardest e avalia que não há perspectiva de encontrar novo emprego na área.
"Quem é do setor vai fazer o quê? Não há ninguém contratando. Quando aparece alguma coisa é longe daqui e pagam pouco", disse.
Os desempregados de Jardinópolis costumam se encontram na praça da Matriz, no centro. "Os homens se reúnem antes de buscar os filhos na escola, tarefa que agora é função nossa e não mais das mulheres", afirmou Silva.
Para o presidente da associação comercial local, o vereador José Eurípedes Ferreira (PMDB), Jardinópolis sente aos poucos o efeito da demissão em massa. "O pessoal está vivendo com a rescisão e com o seguro-desemprego."
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