Radicalismo patronal. A Empresa de Correios e Telégrafos não aceita negociar a manutenção dos direitos dos trabalhadores, em greve desde o dia 17. A proposta de conciliação foi apresentada quinta (27) pelo vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Luiz Philippe Vieira de Mello.
Na busca do consenso, o ministro propôs prorrogar o Acordo Coletivo da categoria por mais um ano, sem reajuste salarial ou das cláusulas econômicas. Com a negativa da ECT, o julgamento vai a dissídio coletivo, em breve.
Apesar de obter altos lucros por três anos consecutivos, a empresa mantém disposição de reduzir o valor do adicional noturno e das horas extras; e cortar direitos como licença-maternidade de 180 pra 120 dias; indenização por morte; e ainda auxílio pra filhos com necessidades especiais e auxílio-creche.
Lucros - Segundo o economista do Dieese, Clovis Scherer, os dados do relatório administrativo da ECT mostram em 2019 lucro líquido de R$ 102,1 milhões. A empresa fechou 2019 com 99.443 funcionários, ante 105.349 no ano anterior (-5,61%).
"Não existe explosão de gastos, nenhum desequilíbrio, muito pelo contrário. Nos últimos dois anos, há os resultados num patamar de gasto com pessoal, inclusive encargos sociais, inalterado dentro da média histórica”, explica Clovis.
Pandemia - Com o aumento das compras on-line em meio à pandemia, a estimativa é que a empresa tenha um lucro ainda maior em 2020. De acordo com a Federação Interestadual dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos (Findect), o faturamento da estatal já cresceu 20%.
Greve - Diante da intransigência da empresa, trabalhadores se mostram dispostos a manter a mobilização e reforçar a greve, que tem adesão de 70% do efetivo. “Vamos ampliar o movimento pra denunciar à população as reais intenções da empresa e do governo”, avisa Elias Cesário, o Diviza, presidente do Sintect-SP e vice da Federação/Findect.
MAIS - Acesse os site do Sintect-SP e da Findect.
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