Greve nacional nos Correios começa dia 18


A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) aumentou seu lucro em 20% na pandemia. Apesar de crescer, ela renega a Convenção Coletiva, corta benefícios e reduz ganho dos trabalhadores. Os 90 mil empregados do setor também temem a privatização. Essas questões foram tratadas na live da Agência Sindical quarta (12), por Elias Cesário, o Diviza, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Correios de SP (Sintect).

 

Em outubro de 2019, o TST manteve todas as cláusulas da Convenção, com vigência por 24 meses. Porém, a empresa recorreu ao Supremo, que reduziu pra 12 meses. Desde 31 de julho, carteiros e demais trabalhadores estão sem cobertura da CCT. O presidente Diviza conta: "Cortaram vale-alimentação, tiraram o tíquete das férias, entre outros direitos." O clima é de revolta, inclusive nas chefias. Os dirigentes acreditam que a greve nacional será forte.

 

Covid-19 - A empresa é relapsa. Entregou uma só máscara por trabalhador e deixou um galão de cinco litros de álcool gel em cada unidade, o que é insuficiente.  Segundo o presidente do Sintect-SP, trabalhador doente não era afastado; nem seus companheiros. Inexistia higienização local. "Só depois que o Sindicato foi à Justiça a empresa mudou seu comportamento. Não fosse a atuação sindical, estaríamos piores ainda", ele comenta.

 

A mobilização unifica as duas Federações que representam os ecetistas - Findect e Fentect. “A categoria está unida, inclusive os encarregados, que também tiveram perdas”, alerta Diviza.  


Prejuízo - A paralisação impactará a população. “Tentamos negociar. Mas a empresa não vê por esse lado. Seria mais razoável manter nossos direitos e tudo funcionando normalmente do que forçar a categoria à greve", lamenta o sindicalista.

 

Desmonte - Além do corte de direitos trabalhistas, a ameaça de privatizar o sistema estimula a paralisação.  Há um verdadeiro desmonte, a fim de abalar a imagem da ECT pra entregá-la a empresas como a Amazon.  Diviza alerta: “Quem vai sair perdendo é a população mais pobre. O setor privado só quer saber de obter lucro. Você acha que vão querer entregar em regiões nobres ou em bairros da periferia?”.


Fonte: Agência Sindical

 

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