Aumento de inflação eleva a desigualdade de renda no país

Os analistas pioraram a previsão da inflação para 2015 e para 2016, segundo o boletim Focus – pesquisa semanal do Banco Central, divulgada nesta segunda. O quadro percebido pelas famílias da baixa renda pouco deve mudar até o fim do ano, avalia o economista André Braz, pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV). A alta de 11,22% em 12 meses no Índice de Preços ao Consumidor Classe 1 (IPC-C1) até novembro deve continuar em dezembro e pode promover o aumento da desigualdade entre classes no Brasil. “Essas famílias estão menos protegidas contra aumentos de preços. Você dá com uma mão, a inflação tira com a outra”, explica Braz.
“A inflação tem sido mais elevada justamente onde o orçamento dos mais pobres é mais exigido. Alimentação, habitação, com as contas de luz, e os transportes, que incluem ônibus, foram os grupos que mais subiram ao longo deste ano, com altas de dois dígitos e acima da média nacional”, diz Braz.
Apenas em novembro, a inflação da baixa renda subiu 1,06%, mais uma vez acima da média das famílias brasileiras. Os alimentos foram os protagonistas, diante do avanço de 2,32%. “Isso veio em função dos produtos in natura. Houve atraso no período do choque, o impacto climático geralmente vem mais cedo”, explica.
“Mas também há uma pressão de custo. Em 12 meses, hortaliças e legumes já subiram mais de 36%. Os gastos com energia, água e frete aumentaram”, conclui o economista.
As carnes, que pesam tanto quanto energia no orçamento, também ficaram 1,25% mais caras. “Tenho certeza de que essa pressão de alimentos vai aliviar um pouco. Mas o índice como um todo não deve desacelerar muito, ficando em torno de 0,9% em dezembro.”
Previsões Focus
PIB
De - 3,19% para - 3,5%

IPCA
De 10,38% para 10,44%

Produção industrial
De -7,5% para -7,6%

Juros
Manteve em 14,25%

Dólar
Manteve em R$ 3,39

Estimativas para IPCA e PIB pioram

Rio de Janeiro
. Após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central para a pesquisa Focus pioraram a previsão para o desempenho da economia este ano e no próximo. O relatório semanal do BC mostrou a terceira redução seguida na projeção para o PIB deste ano. A queda foi intensificada de 3,19% para 3,5%. Para 2016, a queda foi ampliada de 2,04% para 2,31%.

Para a inflação deste ano, a previsão passou de 10,38% para 10,44%. Para 2016, a taxa subiu de 6,64% para 6,7%. A taxa básica de juros, que encerra 2015 em 14,25%, deve fechar o ano que vem no mesmo patamar.
Fonte: O Tempo

Share this post!

Bookmark and Share

0 comentários:

Postar um comentário