Fonte: Jornal Nacional/G1
A estiagem na região Sudeste atingiu em cheio o agronegócio. Mais de 5 mil trabalhadores da produção de açúcar e álcool foram demitidos por causa da seca.
Nos canaviais paulistas, é fácil perceber os reflexos da pior seca das últimas décadas.
“Hoje nós temos aqui os gomos mais curtos referentes à seca que nós estamos atravessando. A cana sofre maior impacto", comenta Roberto Bispo França, produtor.
Seu Roberto esperava colher 20 mil toneladas de cana na fazenda de 200 hectares em Araçatuba. A produção não deve passar de 16 mil.
"Não vai dar para estar fechando todas as contas aí. Não dá para pagar o passado e vamos ter que nos programar para o futuro, senão também não se colhe cana", diz o produtor.
As lavouras paulistas correspondem a 60% da produção nacional de cana. Segundo a UNICA - União da Indústria de Cana de Açúcar, a queda no rendimento deve chegar a 16%.
"Nossa nova estimativa de safra hoje é da ordem de 545 milhões de toneladas de cana. Uma redução de mais de 3 milhões de toneladas na produção de açúcar e uma redução de 1,3 bilhões de etanol. Se o clima não ajudar, tudo indica que a safra do ano que vem será menor ainda que a safra atual”, aponta Antônio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da UNICA.
A safra no interior de São Paulo, que normalmente vai até novembro, deve terminar mais cedo este ano. Algumas usinas já pararam as máquinas em agosto. Por isso, muitos funcionários foram dispensados. De acordo com a cooperativa dos plantadores de cana do estado, cerca de 5 mil trabalhadores foram demitidos nos últimos dois meses. Só na região de Araçatuba, foram mil demissões. Everton faz parte desse número.
"Sempre pegava bastante gente, agora depois que aconteceu isso, essa parte de seca, tudo está difícil. Vou procurar outro setor, tenho que pensar na minha esposa, na minha filha", destaca o desempregado Everton Henrique Acre.
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