Fonte: Renata Gomide/ Jornal da Manhã
O gás que irá abastecer a planta de
amônia da Petrobras em Uberaba virá de Betim, na Região Metropolitana de Belo
Horizonte (RMTM), percorrendo um trecho de 457 quilômetros de dutos cujas obras
de implantação demandarão um aporte financeiro da ordem de R$1,8 bilhão. “Na
dúvida entre o gasoduto de transporte e o de distribuição, decidimos não ficar
presos nessa armadilha e implementar o duto totalmente mineiro. Esta será a
obra mais expressiva do governo do Estado em muitos anos”, disse o governador
de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), ao fazer o anúncio no saguão do
aeroporto de Uberaba, onde permaneceu por cerca de 40 minutos e depois embarcou
para Passos, no Sudoeste mineiro.
A revelação de que o gás virá de Betim
causou surpresa, já que o governo vinha trabalhando com a implantação do duto
de distribuição, saindo de Ribeirão Preto (SP) até Uberaba, um trecho de 91km
ao custo de R$520 milhões e uma capacidade para 1,5 milhão de metros
cúbicos/dia da matéria-prima essencial para abastecer a fábrica. O modelo,
porém, foi barrado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) por ser
inconstitucional e também dependia de um acordo com o governo de São Paulo e,
ainda, de um decreto presidencial para chegar à cidade.
Outro modelo de duto é o de transporte
com capacidade para seis milhões de metros cúbicos de gás, o qual já tem as
licenças necessárias para o início da execução através da Transportadora de Gás
Brasil Central S/A (TGBC), ligando São Carlos (SP) a Brasília, perfazendo 235
quilômetros até Uberaba e 960 no total. A totalidade da obra está orçada em R$1
bilhão. A rejeição ao projeto não foi explicada.
“Fizemos o compromisso de trazer o gás
e ele virá de Belo Horizonte”, reiterou o governador, assegurando que a
proposta foi apresentada em conjunto pela Cemig, Gasmig, Gaspetro e Petrobras
essa semana na sede desta última empresa. Ainda segundo ele, a obra
representará um novo eixo de desenvolvimento para a região. Para o prefeito
Paulo Piau (PMDB), Anastasia agiu como um estadista, descortinando novas oportunidades
para um boom desenvolvimentista. Ainda segundo PP, mais que nunca a Região
Metropolitana do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (RMTRIAL) deve sair, pois
há a necessidade de planejar para receber os investimentos que virão com o gás
e também com a fábrica.
O presidente da Companhia Energética de
Minas Gerais, Djalma Bastos, disse em entrevista coletiva que até o fim do ano
será definida a associação para construção do duto, ou seja, quais empresas vão
participar e de que forma, para posteriormente dar início ao projeto. O
dirigente ainda colocou que os recursos para as obras virão da Cemig, Gasmig e
Petrobras, “se ela for participar” – o que em sua opinião é praticamente certo
–, e esses entes vão procurar recursos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES).
Diretor da Gasmig, José Carlos Mattos
assegura que a Companhia tem expertise para executar o projeto, considerando
que já construiu os dutos do Vale do Aço, com 230km, e do Sul de Minas, com
126km.
O gasoduto seguirá o trajeto da BR-262,
que liga o Triângulo à capital, e terá capacidade inicial para transportar três
milhões de metros cúbicos por dia de gás, para abastecer a planta de amônia e
ainda deixar sobra para outras regiões. Isto porque passará por municípios tais
como Juatuba e Mateus Leme (ambas na RMBH); Lagoa da Prata e Luz (Central), e
Araxá (Alto Paranaíba), até chegar a Uberaba.
A previsão é de concluir a obra em maio
de 2016. O cronograma da planta de amônia aponta para o início das operações em
novembro do mesmo ano. O anúncio feito pelo governador foi acompanhado por
diversas lideranças políticas e empresariais da cidade e região.
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