Temer pode viabilizar aposentadoria aos 70 ou mais, sem discussão com a sociedade

Jornal GGN - A reforma da Previdência que o governo Michel Temer pretende emplacar no Congresso no primeiro semestre de 2017 pode trazer uma surpresa para a sociedade civil que gosta de participar dos debates sobre esse tema: um gatilho que viabiliza aumentar a idade mínima da aposentadoria de 65 anos para 70 ou mais, sem necessidade de aprovar uma nova lei.
Segundo informações do Estadão, esse "gatilho" que fará a idade mínima crescer de acordo com o aumento da expectativa de vida no Brasil já foi recomendado a Temer pela equipe econômica. A ideia é garantir que essa transição será possível sem que uma nova reforma seja necessária, evitando o desgaste políticos para os próximos presidentes.De acordo com o jornal, "a fórmula para o acionamento do gatilho da idade leva em conta mais de um cenário, mas ainda está sendo definido o intervalo que levará ao aumento. Atualmente, a expectativa de 'sobrevida' para quem tem 65 anos é de 18 anos. De um ano para o outro, esse número chega a aumentar dois meses e meio."Hoje, o brasileiro pode se aposentar por idade ou tempo de contribuição. Se o homem atingir 65 anos e a mulher, 60, já é possível solicitar o benefício e recebê-lo integralmente se tiver 15 anos de contribuição. No caso da aposentadoria por tempo de contribuição, a regra diz que é preciso ter 35/30 anos (homens/mulheres) de trabalho com recolhimento da Previdência, sem idade mínima.Temer estuda fazer uma reforma em que o único consenso, até agora, é que homem e mulheres devem se aposentar aos 65 anos. Os professores, que têm hoje aposentadoria especial com idade mínima inferior, também serão abrangidos pela nova idade.O tempo mínimo de contribuição vai saltar de 15 para 25 anos, sendo que serão criados mecanismos em que o benefício só será concedido de forma integral se houver 50 anos de contribuição.As novas regras devem valer para homens com menos de 50 anos e mulheres com menos de 45 anos. Quando entrar em vigor, a reforma vai atingir quem está acima desse patamar com a cobrança de um "pedágio" para aposentadoria, que deve girar em torno de 40% ou 50% a mais no tempo que falta para a aposentadoria integral. Exemplo: se a pessoa calcula que está a dois anos da aposentadoria, terá de trabalhar mais metade desse tempo, ou seja, um ano a mais. Caso contrário, terá descontos no benefício.

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