Um estudo elaborado pelo Rabobank prevê que o volume entregue de fertilizantes ao consumidor final brasileiro deve ficar entre 30,5 milhões e 31,5 milhões de toneladas neste ano, o que representaria uma recuperação de até 4,5% em relação ao ano passado, quando a demanda recuou 6,2% ante o desempenho de 2014. Os analistas observam que o crescimento esperado está em linha com a taxa verificada nos últimos 15 anos.
Os analistas citam os dados da Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda), que mostram aumento de 10,8% nas entregas de fertilizantes no primeiro bimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, para 4,2 milhões de toneladas. “Os elevados patamares de preços do milho no mercado interno impulsionaram a demanda por adubos voltados ao cultivo da segunda safra do cereal”, dizem eles.
Em relação às estratégias de negociação, os analistas comentam que embora o momento seja favorável para compra dos fertilizantes em dólar, o produtor deve estar atento à alta volatilidade cambial, que impacta tanto os preços dos fertilizantes, quanto o de commodities agrícolas no mercado brasileiro, alterando a relação de troca. Eles observaram que os produtores que fecharam negócios nos dois primeiros meses do ano, antes da forte desvalorização cambial, obtiveram os insumos pelo menor preço.
Para evitar surpresas no pagamento dos adubos, os analistas recomendam ao produtor que vende sua produção em reais a realização da trava do câmbio dos fertilizantes em operação de hedge. “Para o produtor que tem a opção de venda da produção em dólar, existe a alternativa de deixar a dívida pelo fertilizante na própria moeda americana”, dizem eles.
Os técnicos alertam que o preço pago pelo adubo não deve ser tomado como único parâmetro para avaliação de um bom negócio. “Estar bem alinhado em termos de custos e venda da produção pode ser essencial para garantir uma boa rentabilidade”.
Mercado
Na análise do mercado, os analistas comentam que o desequilíbrio formado pelo cenário global de excesso de oferta e demanda desaquecida tem reduzido os preços dos fertilizantes no mercado internacional desde o início de 2015. “Em vista dessas cotações pressionadas, o momento se mostra favorável ao produtor brasileiro para aproveitar as oportunidades em dólar e negociar os adubos para a próxima safra.”
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