Sete anos após a crise financeira sistêmica,
desencadeada pela desvalorização dos ativos subprime, a economia
internacional persiste apresentando baixas taxas de crescimento, com elevada instabilidade financeira e
tendência à deflação de preços, das commodities e bens industrializados,
dado o excesso de oferta de produtos e de capacidade ociosa instalada em
diversos setores manufatureiros.
O FMI prevê para 2016 uma expansão de 3,4% da economia mundial, de 2,1%
dos países desenvolvidos e de 4,3% dos países em desenvolvimento. As projeções
reiteram que desde 2012 a economia mundial vem apresentando baixo dinamismo
concentrada nos países em desenvolvimento, sem configurar motores capazes de
sustentar um ciclo de expansão com a duração e a profundidade ao que ocorreu
entre 2003 e 2007, quando cresceu a taxas superiores a 5%.
Além das dificuldades em se retomar o crescimento sustentável nas
economias desenvolvidas e a despeito de políticas monetárias muito agressivas –
afrouxamento monetário e taxas de juros próximas de zero desde 2008–, as
economias emergentes estão sendo empurradas para o torvelinho da crise.
Os principais motivos são contração da demanda puxada pela desaceleração da China,
queda nos preços das principais commodities, elevada volatilidade dos
mercados financeiros, desvalorização das moedas, fuga de capitais desde a
sinalização de alta da taxa de juros básica nos Estados Unidos, contração do
crédito. Esse conjunto de fatores arrasta parte significativa dos países em
desenvolvimento para um período de recessão ou de baixo dinamismo econômico.
Segundo documento divulgado pelo Instituto de Finanças Internacionais, a
fuga de capitais de 30 economias emergentes alcançou US$ 735 bilhões em 2015,
sendo liderada pela China.
Diante de um maior grau de abertura da conta capital da economia
chinesa, as incertezas sobre as perspectivas de crescimento, sobre as bolsas de
valores e sobre a desvalorização da moeda desencadearam uma fuga de capitais da
ordem de US$ 460 bilhões, a despeito de um superávit na balança comercial de
US$ 595 bilhões. Para 2016, as expectativas apontam para uma fuga de capitais
dos países emergentes de US$ 448 bilhões.
Outro indicador do aumento da aversão ao risco das economias emergentes
constitui a redução nas operações de carry trade, nas quais investidores
captam recursos em países com taxas de juros mais baixas e aplicam em papéis de
países com retornos mais atrativos.
Como envolve investimentos em ativos lastreados em moedas locais, o
risco da operação corresponde a uma valorização da divisa de financiamento em
relação às que recebem essas transações.
O índice UBS V24
Carry– que mede os retornos das operações de carry trade de uma cesta
com 24 moedas – caiu 14,14% desde o pico recente, em agosto de 2014 (Castro,
2016).
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