Ex-funcionários da Vale de Brumadinho pediram para sair antes do acidente sabendo do risco de morte


      “Eu sentia medo todos os dias, da hora que chegava à hora que ia para casa", conta Silas Fialho, que trabalhou na mina entre 2013 e 2016.
       A segurança da barragem da mineradora Vale que desabou em Brumadinho (MG) era motivo de apreensão para moradores. Pelo menos duas pessoas relataram ter trabalhado no local e pedido para sair por não confiarem na estrutura, que foi construída nos anos 1970, usando uma tecnologia hoje considerada menos segura e mais propensa a acidentes.
      Também o assistente administrativo Silas Fialho, de 34 anos, conta que trabalhou como balanceiro na mina do Córrego do Feijão entre 2013 e 2016. “Eu sentia medo todos os dias, da hora que chegava à hora que ia para casa. Pedi para me demitirem por esse motivo, muita gente sabia do risco. Deu tempo de ficar vivo”, diz. Morador de Brumadinho, Fialho perdeu um primo no desastre.
     Decisão semelhante tomou a assistente administrativa Lilian Oliveira de Barros, que trabalhou em uma empresa terceirizada na mina até fevereiro de 2017. “No dia em que saí, eu disse para minha mãe: ‘a barragem vai estourar, e eu não quero estar lá nesse dia’”. Lilian diz que falou do temor com sua gerente (hoje desaparecida na lama). “Ela disse que era coisa que estavam colocando na minha cabeça”. Moradores de Brumadinho contam que era comum os familiares de empregados da Vale irem visitar a mina e almoçarem no refeitório soterrado, inclusive com os filhos.
Fonte: G1

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