Número de acordos trabalhistas cai 74% e reajustes estão menores


Esse é o efeito Reforma Trabalhista, onde quem perde é o trabalhador.

As negociações entre patrões e empregados continuam travadas, passados mais de seis meses da entrada em vigor da reforma trabalhista. Segundo dados do boletim Salariômetro da Fipe, foram 4,1 mil negociações concluídas e protocoladas no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) nos cinco primeiros meses de 2018, contra 15,6 mil em igual período de 2017, numa queda de 74%. O recuo foi mais intenso para convenções (-84%), válidas para toda uma categoria, do que para acordos coletivos (-72%), que são fechados por empresa.

De acordo com especialista, são três os principais motivos para as dificuldades dos sindicatos patronais e de trabalhadores em fechar acordos este ano. O primeiro deles é que os aumentos salariais são pequenos e estão ficando menores, porque o efeito provocado pela queda brusca da inflação no ano passado se dissipou.

Os outros dois motivos para a dificuldade em fechar negociações estão relacionados à reforma trabalhista. Um deles é a questão da contribuição sindical - pela nova lei, o desconto passou a depender de autorização prévia e expressa dos empregados, deixando de ser obrigatório o desconto automático de um dia de salário em folha.

Por fim, o que explicaria a maior dificuldade em fechar convenções do que acordos coletivos é que os sindicatos patronais têm tentado retirar das negociações que valem para toda uma categoria algumas cláusulas que garantiam direitos aos trabalhadores. Na negociação entre professores e escolas particulares de São Paulo, por exemplo, com data-base em março, o acordo só foi fechado em junho, devido à tentativa das empresas de mudar diversas cláusulas da convenção.



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