Empresa pressiona
categoria para tolher seus direitos

Abusos continuam acontecendo por
parte dos gestores da Mosaic Fertilizantes na unidade de Uberaba. A empresa
demonstrou resistência em aceitar o resultado da assembleia realizada no dia 19
de dezembro de 2024. Na ocasião, por uma diferença de 11 votos, a proposta de
retirada do retroativo à data-base de 1º de novembro e de 0,52% de ganho real
foi rejeitada.
Em resposta, o setor de Recursos
Humanos, com apoio da Gerência Industrial, passou a realizar visitas aos
setores da empresa, promovendo um ambiente de intimidação por meio de ameaças
aos empregados. Entre as ameaças, mencionaram a retirada de cláusulas previamente
garantidas no Acordo Coletivo vigente até 31 de outubro deste ano, como o
benefício de vale-alimentação e o adicional de 1/3 das férias. A retirada
dessas garantias foi posteriormente consumada. “Eles coagem, pressionam e
manipulam os trabalhadores, que acuados, acabam votando favorável às propostas
anti trabalhistas desta gestão”, afirma a presidente do Stiquifar, Graça
Carriconde.
O argumento utilizado pela
Mosaic, em e-mail encaminhado à Diretoria do Sindicato, foi de que os
trabalhadores da Indústria já possuem benefícios suficientes e, portanto, não
necessitariam de mais concessões. “Esta postura só comprova a prática
recorrente da empresa, de desrespeitar a data-base, ao se recusar a realizar o
pagamento retroativo dos reajustes salariais, em evidente afronta à classe
trabalhadora”, pontua.
Para a líder sindical, a coação e
atitudes anti trabalhistas ficam comprovadas com um abaixo-assinado realizado
pela gestão local, no qual supervisores, coordenadores e gerentes pressionaram,
sob ameaças e em reuniões a portas fechadas, os empregados que se recusassem a
assiná-lo. Aqueles que não concordassem foram informados de que poderiam sofrer
sanções. Esse documento visava deslegitimar uma assembleia legal e soberana,
apenas por discordarem de seu resultado.
Diante desse cenário, os
trabalhadores da Mosaic enfrentam dificuldades em desempenhar suas funções,
devido à sensação de desvalorização e falta de reconhecimento. Esse cenário é
lamentável e exige uma reflexão urgente sobre as práticas de gestão e relações
trabalhistas na organização.
Indignada, Graça lembra que desde
que a Mosaic adquiriu o negócio, o sindicato tem mantido a duras penas todas as
cláusulas sociais e econômicas, que são financeiras. Ela diz que é preciso
fazer uma reflexão quanto ao processo de negociação, tendo em vista que já há algum
tempo a empresa não garante a data base da categoria, que é primeiro de
novembro de cada ano. “A Mosaic não concede 0,5% de aumento real que
conquistamos na maioria das empresas do DI-III, ficando evidente a postura da
empresa, precarizando a relação Capital X Trabalho, afrontando seus
trabalhadores. “Esperamos que os trabalhadores estejam junto com o sindicato.
Afinal, a direção do Stiquifar não faz nada sem eles. Sem luta, sem mobilização
nenhum direito pode ser conquistado. O Sindicato está aqui e tem o compromisso
e responsabilidade de não dividir a categoria. E o trabalhador tem que atentar
para o fato de que, através deste embate ficou comprovado que a Mosaic aposta
na opressão dos seus trabalhadores. Com o abaixo-assinado está constatado o assédio
moral, e por isso vamos nas instâncias judiciais na defesa dos trabalhadores”,
pontua de forma contundente a presidente do Stiquifar.
Read More!