Preços dos fertilizantes continuam em alta no 2º semestre




O preço dos fertilizantes traz grandes impactos nos custos do agricultor brasileiro. Em 2021, esses insumos essenciais no processo de produção tiveram uma escalada no seu preço. A alta foi registrada nos principais fertilizantes utilizados na agricultura.


O Brasil é um dos maiores consumidores de fertilizantes mundiais. Em comparação com janeiro de 2020, o preço dos fertilizantes no país teve um aumento em média de 102,48% até a primeira semana de julho. Um dos insumos mais requeridos é o potássio importado para a produção agrícola.


O crescimento da demanda por esses insumos, motivado pelas necessidades de produção de alimentos cada vez maiores, é um dos fatores que estão por trás dessa alta. Entretanto, existem outras particularidades que explicam esse aumento de preços.


Por exemplo, a Mosaic, uma das maiores produtoras de potássio do mundo encerrou, no início de junho, as operações em duas minas de potássio em Saskatchewan, no Canadá. Segundo o presidente da empresa, Joc O’Rourke, a ação foi motivada pelo risco de inundação das minas que alcançam profundidades próximas de 2 mil metros.


Já a Bielorrúsia tem passado por questões políticas complicadas, motivadas por ações do presidente Alexander Lukashenko, que tem tomado medidas autoritárias que fomentaram protestos da população e medidas de restrição dos países da União Europeia.


Vale lembrar que a Bielorrússia, junto com o Canadá e a Rússia, controla 80% da produção e distribuição mundial do Cloreto de Potássio (KCl). Por isso, crises sociopolíticas nesses países afetam a comercialização e os preços do fertilizante no mundo inteiro.


O Cloreto de Potássio, fertilizante potássico mais utilizado no Brasil, teve um salto de 148% neste ano, passando de U$250,00 em janeiro para cerca de U$620,00 a tonelada em julho (considerando os preços no porto). As previsões indicam tendência de que esse aumento continue.


Tudo isso demonstra como a dependência externa de fertilizantes fragiliza o setor agrícola brasileiro.
A dependência do mercado externo de fertilizantes prejudica a agricultura brasileira.


De acordo com estimativas do governo federal, o Brasil produz apenas 20% dos fertilizantes que são consumidos na agricultura do país. No caso do potássio, esse cenário é ainda pior: segundo dados da Associação Nacional para a Difusão de Adubos (ANDA), o Brasil importa mais de 95% do potássio utilizado na agricultura do país.


Essa alta dependência do mercado externo deixa o país frágil perante os diversos fatores já mencionados que influenciam o preço dos fertilizantes: flutuações no câmbio do dólar, crises econômicas, sociais e políticas, tudo isso pode fazer com o que o agricultor brasileiro pague mais caro pelo fertilizante.


A situação do município de Ubiratã

Ubiratã não está livre dessa dependência externa de fertilizantes. A soja é uma das culturas mais importantes da agricultura do município e, para que as lavouras sejam produtivas, é preciso realizar a adubação com potássio.


Para se ter uma ideia, Ubiratã tem uma área de lavouras e pastagens de 50.684 hectares plantados, de acordo com o IBGE. Considerando um gasto médio de 1,5 toneladas de fertilizante de potássio utilizadas por hectare, isso representa um consumo de cerca de R$190 milhões.


Assim, o agricultor de Ubiratã está pagando mais caro para poder produzir, reduzindo a lucratividade da lavoura. Os fatos trazem o questionamento de como escapar dessa situação e ao mesmo tempo reduzir a dependência do mercado externo de potássio.


O potássio nacional e o novo paradigma da agricultura

O Brasil tem potencial para produzir o potássio utilizado na sua agricultura. As pesquisas têm apontado novas fontes e novas tecnologias que podem reduzir o uso de fertilizantes de potássio importados.


Marcos Hideo Motoyama, produtor de soja, milho e trigo, é um dos agricultores que enxergam esse potencial. Ele utiliza o K Forte®, um fertilizante multinutriente que fornece potássio, silício, magnésio e manganês, desenvolvido pela empresa Verde a partir de uma matéria-prima nacional.


Marcos relata que essa nova tecnologia trouxe melhorias no grão da soja:“Era um dos meus objetivos, encontrar uma fonte de potássio sem ter o cloro e sem ter o sal. Eu consegui fazer a produção com apenas uma aplicação de fungicida e inseticida. Isso foi muito bom, não só em relação a ter um produto melhor, na qualidade de grãos melhor, mas também em custo.”


O Dr. Alysson Paolinelli, conhecido como Pai da Agricultura Tropical e um dos nomes mais importantes do agronegócio brasileiro, comenta sobre a importância de se buscar alternativas ao potássio importado:“Usamos há muitos anos o cloreto de potássio, sem buscar novas alternativas. Temos o nosso potássio aqui e ele vai proporcionar muitos benefícios para o solo.”


Assim, pensar em novas tecnologias que estão disponíveis no Brasil pode ajudar o agricultor a se proteger da alta de preços dos fertilizantes e ainda melhorar a qualidade da lavoura, agregando mais valor ao seu produto e ganhando em rentabilidade.

Fonte: http://www.ubirataonline.com.br

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