O Ministério Público Federal ameaçou pedir à Justiça a retomada de ação de 155 bilhões de reais contra a Samarco e suas sócias, Vale e BHP, caso as empresas não avancem no cumprimento de acordos que visam auxílio aos atingidos pelo rompimento de uma barragem de mineração em Mariana (MG), disse à Reuters uma fonte próxima às negociações.
O aviso, dado em reunião realizada em dezembro, visa principalmente pressionar as companhias a honrar compromissos e concluir a contratação de assessorias técnicas que deverão auxiliar os atingidos pelo desastre, além de acompanhar as medidas de reparação.
O colapso de barragem da Samarco, que ocorreu em novembro de 2015, deixou 19 mortos, centenas de desabrigados e atingiu o importante rio Doce, que passa por diversas cidades até atingir o mar do Espírito Santo, no que foi considerado na ocasião o maior desastre ambiental da história do Brasil.
A Samarco e suas sócias Vale e BHP se comprometeram em novembro de 2017 a contratar assessorias técnicas para pessoas impactadas pelo rompimento, como parte de acordos parciais firmados com autoridades que permitiram a suspensão da ação bilionária e de outros processos judiciais que buscavam garantir os direitos dos atingidos.
Até agora, entretanto, as empresas contrataram as assessorias prometidas apenas para cinco das cidades atingidas pelo desastre, confirmou a BHP em resposta à Reuters. O prazo para finalização das contratações, que devem contemplar um total de 41 municípios afetados, já foi estendido anteriormente e terminou em novembro de 2019, segundo a fonte. O MPF não descarta também a adoção de outras medidas judiciais, acrescentou a fonte, que falou sob a condição de anonimato.
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